O médico veterinário Mário Duarte, consultor especialista em equinos, voltou às telas do Giro do Boi nesta quinta, 1º, para repassar dicas sobre suplementação de cavalos de lida. O profissional construiu um passo a passo para o pecuarista não errar na alimentação do seu principal companheiro de trabalho, cuja demanda por minerais é alta devido à carga de trabalho. Confira abaixo:
1 – Estrutura
As “casinhas” que geralmente são usadas como abrigo para o recipiente de sal mineral para os bovinos não são recomendadas para os equinos. “Aqui com cavalo a casinha não dá muito certo. Ela tem um teto um pouco baixo, ou mais baixo que o ideal, já que o bovino tem um pescoço mais curto. E se fizer um telhado mais alto, vai molhar o produto com a primeira garoa ou chuva com vento”, explicou Duarte.
O veterinário explicou que é fundamental que o produto não molhe para que a suplementação seja feita da melhor maneira. “É importante não deixar o sal empedrar, não deixar molhar em hipótese alguma. A água rouba o cloreto de sódio do sal, que é o que dá palatabilidade. Uma vez que se perde esta palatabilidade, os animais deixam de ingerir”, alertou.
Duarte apresentou como solução um cocho fechado. No exemplo do vídeo abaixo, ele é feito com fibra de vidro e algumas partes metálicas de alumínio, materiais mais resistentes à corrosão pelo sal mineral. “O cocho de fibra de vidro é mais caro. Se não tem condições, aí temos que arrumar um pneu. É um exemplo prático de cocho que serve pra oferecer sal mineral, um pneu cortado ao meio com fundo de madeira”, indicou.
No entanto, como o sal depositado no pneu cortado é suscetível às chuvas, Duarte complementou dizendo que em dias chuvosos, o sal não deve ser colocado neste tipo de cocho.
2 – Localização
Duarte simplifica e afirma que, diferentemente do local do cocho dos bois, que geralmente fica próximo à fonte de água, o cocho dos cavalos pode ser o mais próximo possível da cocheira, o que “facilita a vida do tratador”.
3 – Quantidade
O veterinário aponta que o ideal é 25 gramas de sal mineral pronto para uso (não o produto a ser diluído em sal branco) para cada 100 quilos de peso do animal diariamente. “Os cavalos costumam ter de 400 a 500 kg, então são de 100 a 125 gramas do produto pronto pra uso todos os dias. Nós recomendamos que se tenha uma medida padrão por cabeça. Aqui, por exemplo, nós usamos uma xícara que sabemos que tem 100g do sal e o tratador vai colocar uma medida pra cada cabeça do lote”, disse em entrevista ao repórter Marco Ribeiro.
“O sal mineral de equino é um pouco mais concentrado (do que o dos bovinos) e, dependendo da categoria, a exigência dos cavalos para minerais é muito maior que a dos bovinos. Principalmente quando a gente fala de éguas prenhes, potros em crescimento e animais de trabalho, no caso os cavalos de lida”, destacou. “Parece que os cavalos de lida competem todos os dias que trabalham, por isso eles têm uma perda de minerais muito grande pelo suor. Para completar, geralmente nas regiões onde temos bovinocultura temos um clima quente, como no Centro e Norte do País. Aí o cavalo transpira muito e perde minerais”, reforçou.
Duarte lembrou ainda que mesmo nos cochos protegidos da chuva, é ideal que se coloque sal todos os dias por conta da saliva dos animais que pode deteriorar o produtor.
4 – Produto ideal
“A gente tem que respeitar a quantidade que os equinos precisam. Eles, como atletas que são, têm alta demanda por minerais”, frisou. Duarte disse que o melhor produto nem sempre é o mais caro, mas sim o que supre a demanda específica dos animais. “É o que tem mais ou menos 80 a 120 gramas de cálcio por quilo do produto e no mínimo 60 gramas de P2O5, que é fósforo, por quilo também”, determinou.
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Veja mais detalhes na entrevista completa disponível no link abaixo: