“O cocho d’água que utilizo tem a capacidade de 500 litros. Desejo saber quantos gramas de cloro devo colocar no reservatório flutuante e qual a frequência de substituição da pastilha”, enviou em mensagem ao Giro do Boi o telespectador Manuel Claudino de Almeida, pecuarista com propriedade em Castanhal-PA.
O especialista no assunto Fernando Loureiro, médico veterinário, esclareceu todas as dúvidas do produtor.
“As pastilhas costumam ter 20 ou 200 gramas, comercialmente para o uso em piscinas. Estas são as mais utilizadas. […] Então partindo uma pastilha desta de 20 gramas ao meio e novamente ao meio, você vai ter quatro partes de 5 gramas, já com um tamanho bem interessante para você utilizar em bebedouros de 500 litros. Você dilui ela e ela vai dissolvendo gradualmente na água e o cloro vai sendo liberado e combatendo a matéria orgânica que cresce, ele vai eliminando a matéria orgânica e sedimentando a sujeira no fundo”, explicou Loureiro.
“O cloro combate os agentes nitrogenados, sejam eles de folhas, de restos de farelos de proteinado e ração, da folha da pastagem, mas também o crescimento de alga, de lodo dentro do tanque e até mesmo eventual esterco dos animais que possam cair dentro do bebedouro”, ilustrou Loureiro.
O especialista também revelou o momento certo de adicionar mais pastilha de cloro na água do bebedouro dos animais. “Seria através da mensuração do pH e do teor de cloro desta água. Mas se você não tiver esse mensurador ainda, se ainda não tiver adotado, visualmente é bastante possível você ir determinando se o cloro está acabando, se a pastilha está toda dissolvida ou não, e você vai poder utilizar isso uma vez a cada três dias, uma vez a cada cinco dias, uma vez por semana ou até mais, conforme o desafio de qualidade de água que você tem aí em sua região. Às vezes pela questão da incidência do calor e dos raios solares, vai ter uma necessidade maior e a própria água vai dosar isso”, resumiu.
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“Não é que a água se auto regula, mas a matéria orgânica vai usar todo esse cloro, que vai estar ativo na água por um período de 20 a 40 minutos, uma hora, não mais do que isso também. Mas ela vai estar sendo sempre dissolvida na água e você repondo”, detalhou Fernando.
De acordo com o médico veterinário, os animais também poderão servir de “termômetro” para indicar o tempo certo de colocar mais pastilha de cloro na água. “Os animais de produção que você tem na sua propriedade vão beber essa água clorada, sim, como os animais da avicultura industrial bebem, da suinocultura de alta produção bebem, como os animais em produção leiteira bebem e também os animais de corte. […] O cloro é o principal agente germicida que vai eliminar bactérias, protozoários e também vírus da água que possam vir a ser nocivos ao trato gastrointestinal dos animais”, reforçou.
O veterinário colocou seus contatos à disposição do produtor para dar mais informações sobre o uso de dosadores de cloro. Os produtores interessados podem solicitar as recomendações pelo e-mail rubbertankbrasil@gmail.com, pelo telefone comercial (67) 9 8145 4540 ou pelo site rubbertank.com.br.
“O cloro vai primeiro beneficiar os animais, não vai em hipótese alguma atacar a flora do rúmen dos animais nem prejudicar o desempenho dos animais, desde que use da forma correta e existem vários produtos para esse fim”, assegurou.
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Pelo vídeo a seguir é possível assistir a participação completa de Fernando Loureiro no Giro do Boi desta quarta, dia 1º: