RECRIA INTENSIVA A PASTO

Produza 4 vezes mais garrotes com 1 ano a menos na recria

Confira os detalhes da Recria Intensiva a Pasto na entrevista com o doutor em zootecnia Gustavo Rezende Siqueira, pesquisador do Polo Regional de Colina da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA)

Já pensou em produzir 4 vezes mais garrotes com um ano menos na recria de bovinos de corte? Se não pensou, saiba que pesquisadores já avaliaram isso na prática. Assista ao vídeo abaixo e confira essa história.

Esta linha de produção é definida como Recria Intensiva a Pasto (RIP). Ela foi um tema das reportagens do Giro do Boi desta quinta-feira, 5.

Assim como o termo Terminação Intensiva a Pasto (TIP), a RIP tem dado o que falar. É uma técnica para o produtor acelerar o trabalho de preparação do bezerro para sua efetiva terminação.

“Na RIP, a exigência nutricional é mais agressiva. Você não só complementa, mas oferece mais nutrientes via suplemento”, diz o doutor em zootecnia Gustavo Rezende Siqueira, pesquisador do Polo Regional de Colina.

A unidade faz parte da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA). A autarquia está vinculada à Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo.

Produza 4 vezes mais bois em menos tempo

Vista aérea de um dos pólos regionais da APTA, o de Colina, que é o berço do boi 7.7.7. Foto: Reprodução
Vista aérea de um dos pólos regionais da APTA, o de Colina, que é o berço do boi 7.7.7. Foto: Reprodução

Sabia que a RIP pode reduzir em um ano a recria e produzir quatro vezes mais bois numa mesma área?

“É uma técnica que tem nos surpreendido zootécnica e economicamente. Estamos a alguns anos estudando e vendo os impactos dela. A RIP tem uma capacidade de manutenção de padrão e ganho muito alto”, diz.

Este é um dos principais resultados do estudo dessa técnica feita no Polo Regional de Alta Mogiana, no município de Colina, na região de Barretos.

Pasto e suplementação na recria

Lote de bovinos a pasto em áreas de pesquisa da APTA. Foto: Divulgação

Um dos pontos principais da RIP está no manejo nutricional do gado. Nela, ficam pareados, meio a meio, o volumoso, a partir do pasto, e a suplementação proteica.

“É como se tivéssemos fazendo uma dieta junto com o pasto. No boi 7.7.7, aproveitamos ao máximo o pasto. Na RIP, trabalhamos junto com o pasto”, diz Siqueira.

O rateio da alimentação do gado é 50% de fonte de volumoso e 50% de suplementação.

A RIP serve para todos? 

Bovinos de recria em área de pastagens. Foto: Reprodução

Apesar de o pesquisador frisar que nenhuma técnica na produção de bovinos de corte pode ser considerada uma solução única, a RIP tem um porém a mais. Ela vai exigir mais do produtor.

Então, deve ser feita por aquele produtor que quer elevar o ganho de seus animais num período mais curto. Preparando um animal pronto para a entrada no confinamento.

“É uma técnica muito interessante pois pode mudar muito o patamar da fazenda, especialmente em regiões onde a pecuária está cada vez mais intensificada”, diz Siqueira.

Ponto de atenção do pecuarista

Bovinos em área de pastagem na fazenda. Foto: Reprodução

Além de se preocupar com os custos e com uma boa gestão nos insumos, o produtor tem de se atentar para fazer a RIP adequadamente.

“Nessa técnica eu preciso de animais mostrando carcaça e crescendo costela. Eu quero ver isso. Eu não quero ver esse animal gordo. Se eu engordar um animal jovem, eu estarei perdendo dinheiro”, diz Siqueira.

O intuito é fazer com que o boi magro se desenvolva e cresça. Isso não quer dizer engordar o animal. Por isso o produtor precisa oferecer uma suplementação de maior teor proteico.

 

Sair da versão mobile