Produtos de fazendas sem CAR podem encontrar dificuldades no mercado, prevê diretor geral do SFB

Segundo diretor geral do Serviço Florestal Brasileiro, além de comprovar regularidade das fazendas com a legislação, CAR serve para reforçar ao consumidor consciente a sustentabilidade de seus produtos

Nesta segunda, 21, o Giro do Boi exibiu entrevista ao vivo com Raimundo Deusdará Filho, diretor geral do Serviço Florestal Brasileiro, o órgão responsável pela gestão do Cadastro Ambiental Rural.

Ele atualizou os números dos CAR e falou sobre a importância do dispositivo para a agropecuária brasileira. “O CAR é exigência do Novo Código Florestal Brasileiro e abrange toda e qualquer propriedade ou posse rural. Nos últimos três anos, o povoamento do cadastro atingiu uma área extremamente significativa de 450 milhões de hectares em sua base, representando cinco milhões de propriedades e posses rurais. […] É extremamente importante porque com isso o pecuarista e o agricultor mostram pro Brasil, e para o mundo, que, de fato, produzem respeitando meio ambiente”, sintetizou.

De acordo com Raimundo, não há previsão para novo adiamento do prazo final para o CAR, que está marcado para o dia 31 de maio, portanto ele recomendou que o produtor conclua esta obrigação para com a legislação ambiental brasileira para poder desfrutar de seus benefícios e evitar possíveis sanções. “Faça dentro do prazo, garanta segurança jurídica, venha pra dentro do povoamento, tenha seu crédito assegurado”, indicou.

Entre os benefícios para os produtores que já concluíram o seu CAR está a possibilidade de poder fazer sua regularização ambiental. “O produtor tem que ficar tranquilo. Ao completar o cadastro, se ele tiver algum passivo de reserva legal ou de APP, ele tem a oportunidade de aderir o chamado PRA, o Programa de Regularização Ambiental. Ele tem a possibilidade de, junto ao estado, desenvolver um pequeno projeto e entrar em regularidade ambiental”, enalteceu.

Por outro lado, o produtor que não fez o seu cadastro não poderá realizar a tomada de crédito junto a instituições financeiras e, em alguns casos, não poderá fazer a emissão de GTA. Daí a importância de os produtores comunicaram às indústrias das quais são fornecedores o número do protocolo do seu CAR para que possam continuar embarcando gado ou comercializando grãos, por exemplo.

“É importante este ponto para que o produtor entenda que o CAR não serve somente para ele mostrar a sua regularidade perante os órgãos ambientais, mas será exigido por aqueles que compram produtos agrícolas de sua propriedade ou posse. Este fator de mercado é muito importante porque para aqueles produtores que não tiverem o CAR. A tendência será de que seus produtos tenham dificuldade de encontrar mercado”, projetou Raimundo Deusdará Filho.

Ainda de acordo com o diretor geral do SFB, o sistema para que o produtor faça sua declaração é amigável e está disponível pelo endereço car.gov.br. “Não deixe para a última hora, pois o acesso fica congestionado, aí a plataforma, em termos de velocidade, acaba baixando um pouco a performance. Faça o Cadastro Ambiental Rural dentro prazo, porque isso vai lhe dar segurança jurídica, garantia de mercado, acesso ao crédito e vai mostrar para aqueles que compram o seu produto que você está produzindo respeitando o meio ambiente”, concluiu.

Cartilha Cadastro Ambiental Rural: baixe o PDF e tire suas dúvidas

Veja abaixo a entrevista completa de Raimundo Deusdará Filho, diretor geral do Serviço Florestal Brasileiro, ao Giro do Boi desta segunda, 21:

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