Quando se deparou com uma grande dificuldade, que praticamente inviabilizou o negócio de sua empresa – uma fábrica de cerâmica e tijolos -, o empreendedor Igor Gontijo decidiu “espremer os limões” e aproveitar a situação para impulsionar uma ideia que solucionaria o seu próprio problema e os problemas de diversos empreendedores Brasil afora: o custo e a qualidade da energia elétrica.
Nesta terça, 14, Gontijo concedeu entrevista ao Giro do Boi para dizer como surgiu sua ideia de criar uma empresa voltada para a instalação de usinas de energia fotovoltaica, produzida a partir da luz solar, uma fonte de energia limpa, sustentável, renovável e inesgotável. “A gente tinha fábrica de tijolo e cerâmica e a gente tinha um problema muito sério com energia. E com o tempo este problema só foi se agravando e chegou um ponto de a gente não conseguir viabilizar o projeto devido à energia. Ou a concessionária não atendia direito, enfim, eram vários problemas. Foi quando aconteceu aprovação da energia fotovoltaica no Brasil, que foi em 2012 ou 2013. Devido ao meu problema, eu imaginei que, igual a mim, devia ter milhões de pessoas com este mesmo problema. Então foi devido a este sofrimento que a gente resolveu entrar nisto para transformar, mudar a vida das pessoas para melhor”, lembrou o empresário.
O jovem empreendedor investiu na criação da empresa Ultra Solar, especializada na instalação de usinas de energia solar em propriedades rurais. Gontijo explicou que é justamente no campo que o fornecimento de energia com qualidade e sem interrupções é ainda mais necessário porque um corte de luz pode levar a um grande prejuízo, por exemplo, com a perda de tanques de leite ou morte de aves, muito sensíveis a oscilações de temperatura na granja, ou ainda inviabilizar economicamente a atividade por conta do alto custo.
“Este sistema eu acho ele extraordinário porque ele é um negócio que se adapta tanto para o pequeno como para o grande (produtor)”, informou o empresário. A principal mudança é que para os produtores de menor porte, o retorno do investimento pode demorar um pouco mais do que a média, de dois anos e meio, e chegar a quatro anos. Mas não tem problema, pois segundo Gontijo as usinas de energia solar chegam aos 25 anos de uso com pelo menos 80% de eficiência com a devida manutenção.
A manutenção, por sinal, é simples e rápida, como a própria instalação. “A manutenção disso é, que dependendo do local, vamos falar que tem muito movimento de animal, de veículo… Então de três em três meses, a pessoa precisa lavar as placas com água e uma vassoura de cerdas macias. Não precisa usar produto porque a placa tem uma película que, se usar um sabão, ele pode estar manchando o vidro. Então só água mesmo, uma vassourinha de cerdas macias e está ótimo”, resumiu.
O custo não é um obstáculo para os produtores. Além do rápido retorno sobre o investimento, que para alguns clientes da Ultra Solar chegou a ocorrer até em menos de dois anos, várias instituições financeiras estão disponibilizando linhas de crédito para estas instalações.
“Hoje basicamente todos os bancos estão financiando. Um banco que a gente trabalha muito é o Sicoob e Banco do Brasil. Eles estão atacando pesado nisto. Tem até outras instituições financeiras menores que estão focadas só nisto, então está sendo a menina dos olhos hoje das instituições financeiras. Todas estão tendo linhas de crédito para este segmento. E em relação ao retorno do investimento, se o proprietário resolver fazer por recurso próprio, a gente tem vários clientes que estão conseguindo retorno do investimento entre dois anos e dois anos e meio. Tem poucos casos que eu consegui até de 1,8 ano o retorno. Aí estes estão ‘no céu’”, comentou Gontijo.
Segundo o empreendedor, além do benefício de evitar prejuízos com interrupções não programadas de energia, a redução do valor da conta de luz supera os 95% para algumas propriedades. “Tem caso que a gente chega a até 98%, mas não são todos os casos. Vai depender muito de como a propriedade tem o contrato com a concessionária, mas a gente consegue chegar a até 95% de economia na maioria dos casos”, reforçou.
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São dois os sistemas de produção pela sua usina que o produtor pode optar, o on grid, que é ligado à rede da concessionária, e o off grid, que é quando o produtor opta por armazenar a energia fabricada durante o dia em baterias para usar de noite, por exemplo, ou quando a rede elétrica falhar.
Outro benefício é que se a usina em sua fazenda produzir mais do que o necessário para o consumo próprio, o excedente pode ser usado para criar um “banco de crédito”, a ser usado para abater valores das conta de energia de outras propriedades no mesmo estado, estejam em área urbana ou rural. “Você vai ter um banco de crédito que você vai poder abater em outras propriedades que estiverem no seu nome. Por exemplo, se estiver no mesmo estado, não importa a distância, se estiver em um ponto do estado e tiver um imóvel na outra ponta do estado, você pode abater sem problema nenhum. […] Você pode instalar o seu sistema na fazenda e abater a energia do seu imóvel urbano”, esclareceu.
Gontijo frisou ainda que depois da instalação feita pela Ultra Solar, a companhia segue prestando assessoria técnica para os clientes que têm dúvidas tanto sobre o funcionamento das placas solares, se estão alcançando todo o seu potencial, como auxílio também para a parte burocrática da integração de sua usina junto às concessionárias de energia de cada estado.
O empresário disponibilizou seus contatos para os produtores interessados em mais informações sobre a instalação das usinas de energia fotovoltaica, pelo telefone (61) 9 9994 5095 ou ainda pelo e-mail ultrasolar.df@gmail.com.
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Veja a entrevista completa com Igor Gontijo pelo vídeo abaixo: