O Giro do Boi desta quinta, 19, recebeu em estúdio o meteorologista Celso Oliveira, da Somar Meteorologia. Em entrevista, Oliveira explicou quais foram as principais mudanças do clima neste ano de 2017, quais suas consequências para o tempo no próximos dias e até a influência para o início de 2018. “A estiagem deu uma esticada e o motivo é que o Oceano Pacífico está mais frio que o normal. E acontece uma situação em que frentes frias ficam pelo Sul, tanto que o Rio Grande do Sul está debaixo d’água, com umidade alta e solo encharcado, ao contrário do restante do Brasil”, explicou o especialista.
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Segundo o profissional, a frente fria não tem forças para avançar para o interior do País, por isso atrasaram as chuvas no Nordeste, Centro-Oeste e Sudeste, onde predominam as temperaturas irregulares. “Mas está chegando o verão e, aos poucos, as chuvas começam a retornar”, tranquilizou.
MINAS GERAIS
Ao longo da entrevista, diversas mensagens enviadas por produtores de Minas Gerais chegaram por meio do Whatsapp do Giro do Boi (11 9 5637 6922), todos preocupados com a seca que assola algumas das regiões do estado. Segundo Oliveira, o principal problema não é exatamente a falta de chuva neste momento. “A situação é mais complicada para Minas Gerais e o interior do Nordeste porque o problema não é a falta de chuvas, mas a sequência de anos ruins. Os últimos verões foram mais secos no Brasil Central e, com isso, os produtores estão com déficit hídrico“, respondeu.
Algumas localidades mineiras estão sem chuvas significativas há cinco meses, pois desde maio as frentes frias mal conseguem chegar ao estado de São Paulo. “Mas a notícia boa noticia boa é que estamos chegando ao final do ano e as chuvas naturalmente começam a se espalhar pelo Brasil”, ponderou. Isto ocorrerá porque não somente as frentes frias influenciarão o clima, como também a umidade da Amazônia, e então outros sistemas meteorológicos começarão a impactar o ciclo das águas. “Semana que vem vai chover. Na última semana de outubro volta a chuva em boa parte do País”, resumiu.
Além de Minas Gerais, o agrônomo deu detalhes sobre o clima do Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Tocantins, Maranhão, Pará, Bahia e Distrito Federal. No MT, maior produtor de grãos do Brasil, o plantio está em ritmo mais lento. “Basicamente porque a chuva está irregular”, simplificou Oliveira.
Para o Nordeste, o meteorologista explica que o regime de chuvas é dependente do que ocorre no Centro-Oeste.”Muitas vezes o Nordeste tem padrão semelhante ao do Centro-Oeste. Então quando atrasa a chuva no Centro-Oeste, no Nordeste também deve ter atraso”, afirmou.
“Apesar da previsão da temperatura acima média, devemos agora ter desvios mais próximos ao normal. A chuva retorna ao Brasil em dezembro”, concluiu Celso Oliveira. Veja a entrevista dele na íntegra ao Giro do Boi, incluindo oito mapas que ilustram previsões de chuva e variações de temperatura para o curto, médio e longo prazos, entre 2017 e 2018: