A pecuarista Gabriele Favaretto, com propriedade em Rochedo, no Mato Grosso do Sul, quer saber se é viável fazer o tratamento da água em bebedouros e reservatórios artificiais com cloro. A dúvida dela é se usando o elemento ela pode diminuir a frequência da limpeza dessas pilhetas, evitando o desperdício da água.
O médico veterinário especialista no assunto Fernando Loureiro recomendou o uso do cloro no tratamento de água para os bovinos. “O cloro é o elemento que a gente mais indica para limpeza de água nos bebedouros e no reservatório central. Isso porque ele tem a ação germicida mais eficiente de todos os elementos. O cloro é o agente que mais elimina bactérias e protozoários que são os causadores das infecções gastrointestinais nos animais de produção, então é um benefício muito grande, haja visto que mais de quatro mil municípios no Brasil utilizam o cloro para o tratamento de água para consumo humano. E não só aqui no Brasil, prefeituras de municípios de vários países utilizam o cloro por ser um elemento de baixo custo, de fácil aplicação e extremamente eficaz no controle sanitário, matando bactérias, vírus e protozoários”, esclareceu Loureiro.
“O cloro também auxilia impedindo o crescimento de algas, de plantas aquáticas, do plâncton, daquele limo, aquela microalga verde que torna a água esverdeada e acaba sendo um problema. O cloro também auxilia nesse processo”, acrescentou.
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O veterinário também especificou a proporção de uso do elemento conforme o volume de água. “Ele é bastante seguro, desde que se acerte a dosagem. Ele tem uma recomendação de uso de 1 a 5 PPMs, então é uma margem muito segura. Se é de 1 a 5 PPMs, vamos adotar a média de 3 PPMs (partes por milhão). Mas é o mesmo que 3 gramas de cloro ativo para cada mil litros de água”, traduziu. “Por exemplo, se o seu bebedouro tem três mil litros, você vai utilizar 9 gramas de cloro ativo, podendo utilizar até 15 gramas do cloro para controle”, ilustrou.
“Então é extremamente eficiente e você vai poder fazer um controle desse cloro via mensuração de pH da água. Aquelas tirinhas para mensuração do pH vendidas em casas de piscinas são bem eficientes e de um custo bastante baixo”, indicou.
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O veterinário comentou que, entretanto, o uso de cloro para o tratamento da água dos bebedouros não tem relação com a frequência de limpeza das estruturas, uma vez que esta frequência está relacionada à retirada de sujeiras que não podem ser controladas pelo uso do elemento químico.
“Com relação à frequência de limpeza do bebedouro, a gente ressalta sempre a importância de fazer uma boa leitura do bebedouro para avaliar a presença de outras sujidades, como, por exemplo, os farelos presentes no proteinado e na ração, que o gado acaba trazendo na boca para dentro do bebedouro. Então seria interessante adotar na rotina da fazenda essa prática de fazer a leitura do bebedouro”, aconselhou.
O veterinário informou que o produtor carregue consigo uma ficha que ajuda na leitura de bebedouro, disponível gratuitamente via solicitação pelo e-mail rubbertankbrasil@gmail.com.
“Nós temos umas fichas apropriadas para isso, desenvolvidas para fazer avaliação do bebedouro e disponibilizamos gratuitamente. Podem nos solicitar diretamente ou via Giro do Boi, do Canal Rural, que vamos disponibilizar via e-mail, via Whatsapp (veja no link abaixo). Por favor, nos solicitem que nós disponibilizamos essas fichas, em que fica fácil fazer a avaliação do estado geral do bebedouro que, muitas vezes, necessita dessa limpeza para que possa remover outras sujeiras nas quais o cloro não vai estar atuando. Pode ser presença de ossos de animais mortos, pode ser poeira, barro, os farelos da ração ou do proteinado, conforme mencionamos”, observou.
“Então essa frequência de limpeza está muito mais direcionada a essa avaliação do bebedouro, mas para assegurar uma água de boa qualidade, o cloro é extremamente eficiente”, resumiu.
Qual é a sua dúvida sobre qualidade da água para gado de corte? Envie para o Whatsapp do Giro do Boi, pelo número (11) 9 5637 6922 ou ainda pelo e-mail girodoboi@canalrural.com.br.
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