O telespectador Cleidimar, do interior do Espírito Santo, enviou sua pergunta complexa ao Giro do Boi Responde que foi ao ar nesta segunda, dia 12.
“Meu pai comprou uma propriedade de sete hectares. Geralmente as pastarias lá são Braquiária e Quicuio comum. É uma região de morro, porém chove muito bem. […] Ele plantou Mombaça e Aruana, mas como é uma área que não é possível irrigar, vejo que não é uma opção muito boa. Meu pai cria cavalos hoje, mas tem a opção de ter gado de corte também e fazer os piquetes para ter uma rotatividade bacana. A gente estava querendo plantar Quicuio comum para atender tanto o gado quanto os cavalos. […] Queria saber quantas cabeças por hectare e tamanho ideal para cada piquete. E neste caso é interessante fazer piquete para cavalo e outro para gado ou posso deixar todos juntos? Teria algum capim melhor para aquela região?”, escreveu.
Foi o engenheiro agrônomo e consultor Wagner Pires quem atendeu o telespectador capixaba. De acordo com Pires, na área amorrada, o produtor precisa, de fato, proteger o solo com a cultivar. Contudo, os Panicuns, sobretudo o Mombaça, não são específicos para a função.
EQUINOS
O agrônomo destacou que é ideal que o pecuarista separe o piquete dos cavalos do pasto dos bovinos porque os hábitos de pastejo são diferentes. Enquanto os cavalos comem o capim rente ao solo, os bovinos comem por cima. “Não dá certo misturar os dois”, confirmou. Além disso, Pires lembrou que os cavalos não gostam de braquiária e comem preferencialmente Panicum.
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Em seguida, o consultor ponderou que é possível usar a mesma gramínea para os dois, desde que em piquetes separados. Na área de morro, por exemplo, o Quicuio pode exercer a tarefa, protegendo a área das invasoras. Além do Quicuio, o proprietário pode usar Aruana ou Grama Estrela.
BOVINOS
Embora o Quicuio possa ser usado para os bovinos, Wagner comentou que não é o cenário perfeito. Por isso, o pecuarista, ao separar os piquetes, pode formar pasto com braquiária para o gado de corte. A braquiária deve fechar bem o solo e proteger da erosão, gramando o espaço. O Camelo, por exemplo, é um capim que pode exercer a função.
Em conclusão, Pires reforçou também a importância de o produtor realizar análise de solo para fazer as correções necessárias para obter a produtividade desejável. Nesse sentido, Pires disse que por mais que seja difícil estimar a lotação, o produtor deve conseguir colocar até 2 UA/ha. Em outras palavras, dois animais adultos ou quatro animais de recria no piquete. Para um desfrute maior do que esse, o pecuarista pode lançar mão de suplementação.
Por fim, confira a resposta completa do especialista no vídeo abaixo:
