“Fui apresentado ao Giro do Boi por um amigo e estou muito feliz por ter este canal para tirar possíveis dúvidas”, compartilhou em mensagem o pecuarista Marcos Abreu, que tem propriedade no norte de Minas Gerais. Ele contou então que suas pastagens dão a primeira impressão de que estão boas, mas não aguentam o peso do boi, o pisoteio. “Como fazer para adubar sem ter de fazer o replantio?”, questionou.
Foi o especialista Wagner Pires, engenheiro agrônomo pós-graduado em pastagens pela Esalq-USP e consultor do Circuito da Pecuária quem atendeu o pecuarista.
“O fato de a sua pastagem não estar aguentando a taxa de lotação, não estar apresentando rebrota após o pastejo, é um indício de degradação”, revelou. “A sua pastagem parecer estar bem, é ótimo, isso é um bom presságio, porém é fundamental que façamos uma avaliação um pouco melhor. O que eu estou querendo dizer com isso? Seria muito recomendado que você fizesse coleta de amostra de solo”, indicou.
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O agrônomo indicou nos mínimos detalhes como deve ser feita a coleta de amostras. “Você deve fazer no pasto a coleta de amostra de solo. Então se você tem, por exemplo, esse problema num Braquiarão e se tiver dois ou três pastos de Braquiarão, você pode fazer uma única amostra e nesses dois a três pastos. Mas se você tiver um pasto de Braquiarão e um pasto de Mombaça, faça nos dois. E aí vamos avaliar”, recomendou.
“Para você fazer uma amostra, você tem que fazer coleta do solo de pelo menos 18 pontos. Vamos supor que você vai tirar de dois pastos de braquiarão, você tira metade de um, metade do outro. Se você vai tirar de três piquetes, divida em três partes. E por que retirar amostras de 18 a 20 pontos de coleta? Porque a partir daí, a probabilidade de erro diminui”, continuou.
“Colete uma amostra de 0 a 20 cm de profundidade e depois uma outra amostra de 20 a 40 cm de profundidade. […] Carregue dois baldes ou dois sacos e colete amostra bem da superfície, até 20 cm, e jogue dentro de um saco, e depois as amostras de 20 a 40 cm em outro saco. Cubra o buraco e vai para outro ponto. Evite lugares com acúmulo de excrementos dos bovinos, as fezes, ou touceiras de capins mais verdes, bem esverdeadas, ou ainda o trilheiro do gado. Procure lugares mais homogêneos, entre uma touceira e outra, limpe a palhada e abra o buraco ali”, frisou.
“Depois de você coletar as 20 amostras, deixe bem homogeneizado e encha dois saquinhos. Você vai encher dois saquinhos de 0 a 20 e dois saquinhos de 20 a 40. Você vai identificar cada um desses saquinhos e deixar guardado um de cada na sua fazenda. Os outros saquinhos, você encaminha para o laboratório e peça para fazer uma análise de macro e micronutrientes e de estrutura física do solo”, sustentou.
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O agrônomo se disponibilizou a ajudar o produtor com a interpretação dos resultados vindos do laboratório. “Depois disso, você pode compartilhar com a gente. Nós vamos dar uma olhada na sua análise e dar um parecer para você sobre o que deve ser feito para melhorar a fertilidade”, confirmou.
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“Veja bem, se o pasto está bom, não há necessidade de fazer reforma. Porém, você tem fertilizantes específicos para você fazer recuperação de pastagem. Aí vamos voltar a nossa conversa. Mas o primeiro passo é fazer análise de solo e encaminhar através do Giro do Boi, aí nós vamos dar uma olhada para você”, incentivou Pires.
Se você tiver dúvidas a respeito de manejo de pastagens, envie sua pergunta para o especialista no link do Whatsapp do Giro do Boi, pelo número (11) 9 5637 6922 ou ainda pelo e-mail girodoboi@canalrural.com.br.
A resposta completa do especialista está disponível pelo vídeo a seguir: