Pesquisa garante maior valorização da pecuária familiar no Rio Grande do Sul

Respondendo por um terço do rebanho de bovinos no Estado, pequenos proprietários rurais estão ganhando mercado com inovações desenvolvidas pela Embrapa Pecuária Sul

Promover o desenvolvimento da pecuária familiar no Rio Grande do Sul é um dos pilares da Embrapa Pecuária Sul, localizada no município de Bagé (RS). A estimativa é que 60 mil famílias sejam caracterizadas por pecuaristas familiares no Estado. Esse grupo representa um terço do rebanho de bovinos de corte gaúcho, com cerca de 3,7 milhões de animais, segundo dados do IBGE de 2020.

No Giro do Boi, desta sexta-feira, 8, foi exibida a penúltima reportagem da série Embrapa em Ação, feita na unidade, com uma entrevista com o médico veterinário Marcos Borba, chefe de pesquisa e desenvolvimento da Embrapa Pecuária Sul.

Borba explicou como a atividade em pequena escala vem ganhando cada vez mais notoriedade e valorização, especialmente porque a produção consegue estar totalmente integrada ao meio ambiente.

“No caso específico da pecuária, há uma característica extremamente importante que é uma dependência muito maior da natureza do que da economia. Se nós contemplarmos toda essa situação no mundo contemporâneo, de crítica à pecuária por suas implicações sobre o clima e sobre o meio ambiente, porque ela descaracteriza a paisagem, já com a pecuária familiar, nós temos um elemento completamente diferente”, diz Borba.

Marcas de origem familiar

O aspecto de produção em baixa escala, em propriedades de 50 hectares em média, e  totalmente integrada ao meio ambiente, vem atribuindo um maior valor para os pequenos proprietários gaúchos, além de dar um novo sentido ao termo “familiar”.

“Historicamente, a atividade rural considerada familiar era tratada como uma categoria marginal, que não conseguiu acompanhar o que a gente conhece como a modernização da agricultura”, diz Borba.

Atualmente, a origem “familiar” tem se consolidado como uma espécie de selo de qualidade para produtos agropecuários que estão conquistando mercado. “Nós temos experiências com marcas coletivas. Tem regiões do Estado com sua própria marca. Para quê? Para ocupar um espaço de mercado”.

Resultados como esse vem das pesquisas desenvolvidas na Embrapa e que garantem maior acesso comercial e renda aos produtores. “Inovação nesse caso não é só tecnologia, mas é organização e estratégias de negócio”. 

Confira no link abaixo a entrevista na íntegra.

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