Em participação no Giro do Boi Responde desta sexta, dia 1º, o médico veterinário Guilherme Vieira ajudou com o diagnóstico, prevenção e tratamento de lesões de pele que têm acometido um rebanho de Irecê, na Bahia. “Meu rebanho solto na Caatinga fica pelando, e abrem-se feridas que ficam com mau cheiro. O que pode ser e o que fazer? Só acontece no inverno, quando a Caatinga enverdece”, contou Gildeson Gama.
DIAGNÓSTICO
O professor e consultor Guilherme Vieira, que é criador das plataformas Farmácia na Fazenda e Semiconfinamento.com.br disse que o problema com o rebanho do pecuarista baiano pode ter duas causas, a dermatofitose, causada pelo fungo Trichophyton verrucosum ou ainda a requeima, ou fotossensibilização, cuja origem é o fungo Pithomyces chartarum.
Em primeiro lugar, Vieira explicou que a dermatofitose é causada por um fungo que se prolifera no período chuvoso, contaminando o ambiente e, em consequência, os próprios animais. Com a presença de arbustos nas pastagens da Caatinga, eventualmente os animais esbarram nestas plantas daninhas e podem se ferir, formando uma porta de entrada para esses agentes infecciosos.
Além disso, segundo o veterinário a requeima, ou fotossensibilização, ocorre em pastos de braquiária Decumbens. O diagnóstico não é preciso, pois o telespectador não informou em que tipo de pastagem os bovinos se encontravam. Para aumentar a precisão, Vieira recomendou a visita de um médico veterinário para que se faça o raspado cutâneo.
TRATAMENTO
“O certo mesmo é chamar um colega veterinário para passar um tratamento à base antifúngicos, pomadas de antifúngicos e antifúngico oral. O que a gente pode falar para o senhor é o seguinte: primeiramente fazer a velha solução de água sanitária a 10%. Ou seja, duas colheres de sopa de água sanitária e um litro de água filtrada. E fazer a limpeza, prender esses animais e fazer a limpeza diária das feridas durante dez a quinze dias. Isso provavelmente vai melhorar bastante as lesões dos seus animais”, orientou.
“E também fazer um tratamento de suporte à base de protetores hepáticos, antitóxicos, fazer alguma coisa nesse sentido, mas sempre com a indicação do médico veterinário”, completou.
LIMPEZA DE PASTO
Em conclusão, o especialista deu uma dica especial ao produtor baiano. “Quando acabar esse período chuvoso, promova uma verdadeira limpeza de pastos na Caatinga. Faça aplicação de defensivos, acabe com as ervas daninhas, corte esses arbustos, faça uma boa limpeza e deixe o sol atuar. Faça uma roçada, se possível, porque a incidência de raios solares vai inativar parte desses fungos. Faça uma boa limpeza e, provavelmente no próximo período produtivo, vai diminuir e muito a ocorrência dessas doenças, já que o senhor informa que ela ocorre todo ano no período em que a Caatinga está verde”, justificou Vieira.
Por fim, assista a resposta do veterinário pelo vídeo abaixo: