Pecuarista antecipa abate em 2 meses aclimatando a recria ao confinamento

Adaptando animais que chegam após a desmama com proteico energético, pecuarista reduziu mortalidade a zero, facilitou o manejo e aumentou produtividade

Utilizando técnicas de bem-estar animal, o pecuarista Victor Darido, da Fazenda Água Preta, de Pindamonhangaba-SP, resolveu um grande problema pelo qual passou no último trimestre de 2019.

“Nós enfrentávamos um desafio com o manejo. Como trabalhamos com recria e engorda, muitos bezerros vinham reativos demais de outras fazendas, dificultando consumo adequado de suplemento proteico e, consequentemente, trazendo problemas de baixa imunidade, acarretando, inclusive, no óbito de alguns animais”, contou Darido em depoimento enviado ao Giro do Boi.

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Na virada de 2019 para 2020, o produtor implementou mudanças em seu sistema, sobretudo no protocolo de entrada dos animais. “Nós adotamos um ‘sequestro’ inicial de toda a desmama que chega à fazenda, que passa por 15 dias em uma baia de confinamento, recebendo silagem e proteico energético. Após os 15 dias, são misturados ao lote que já está na recria e rapidamente se adaptam ao cocho – em um ou dois dias, no máximo, eles já atingem o consumo ideal”, informou Darido.

“Passamos um ano sem nenhuma doença ou óbito, nossa recria encurtou em 60 dias na média e obtivemos um GMD (ganho médio diário) em torno de 800 gramas na média anual, suplementando com 3 gramas por quilo nas águas e 5 gramas por quilo na seca com proteico energético. […] Mas o maior ganho foi em tempo, reduzindo quase que completamente o tempo de mudanças de piquete, que são feitas rapidamente por apenas um peão e a pé. O mesmo peão maneja facilmente os animais no curral, sem gritaria, com o mínimo de estresse possível”, aprovou o pecuarista.

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Darido também gravou vídeo para mostrar o resultado do trabalho na prática. “Pode ver que a boiada fica bem dócil. A gente conseguiu um ganho de peso acima dos esperado e a nossa mortalidade reduziu para zero nesse ano. A gente está bem satisfeito com o resultado disso, nosso manejo ficou muito mais prático, muito mais rápido. Um só peão junta o gado e é isso. Quem tiver interesse em conversar, em saber um pouco mais, pode entrar em contato que a gente está à disposição”, convidou.

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Em entrevista ao Giro do Boi desta segunda, 14, o originador da Friboi em Lins-SP Douglas Castro comentou que o sucesso do novo sistema da Fazenda Água Preta é validado pelo resultado do abate dos animais. “Há tempos a gente vem acompanhando o trabalho do Victor, que também tem abatido alguns lotes com a gente. O esforço dele é digno de reconhecimento e essas boas práticas a gente tem que compartilhar, por isso eu até pedi os vídeos para a gente colocar no Giro do Boi e mostrar todo esse manejo. Além do trabalho de bem-estar animal, tem também os ganhos que ele teve. Ele encurtou em 60 dias a recria, teve um ganho médio diário de 800 g, então é um trabalho excepcional e que realmente a gente tem que reconhecer e bater palma”, exaltou.

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