Em mais uma edição do quadro Giro do Boi Responde que foi ao ar no programa desta quinta, dia 11, a dúvida foi a respeito de pastagens consorciadas de gramíneas e leguminosas.
Antes de mais nada, o telespectador André Abdala, de Ribeirão Preto-SP, disse que vai fazer a correção e adubação deu uma área que está degradada para, posteriormente, fazer pasto consorciado de Brachiaria brizantha cv. Marandu com feijão Guandu.
Sua dúvida é se ele pode formar as pastagens consorciadas de gramíneas e leguminosas plantando os dois juntos e se o manejo pode ser a lanço.
O engenheiro agrônomo Wagner Pires, pós-graduado em pastagens pela Esalq-USP e consultor do Circuito da Pecuária, tirou a dúvida do telespectador.
MANEJO DE PASTO
Conforme ponderou Pires, “as gramíneas forrageiras têm um ritmo de crescimento e as leguminosas são mais lentas que as gramíneas. Se você for formar só uma pastagem e usar o gado pastoreando, tirando o gado de vez em quando, deixando rebrotar, voltando ou fazendo um alternado, não tem tanto problema”, projetou.
Contudo, acrescentou o consultor, “se você pretende fazer uma intensificação dessa área e trabalhar com uma lotação mais alta, você corre o risco de ter problemas”, advertiu.
Segundo Pires, o produtor deve compensar a diferença de desenvolvimento das cultivares das pastagens consorciadas de gramíneas e leguminosas. “Quando chegar o momento que o capim está pronto para ser pastejado, a leguminosa não vai estar”, explicou.
VANTAGENS
Todavia, Pires destacou os benefícios que a leguminosa escolhida pelo telespectador traz ao sistema. “O Guandu tem uma característica bastante interessante. Ele é um descompactador de solo. […] As leguminosas são fixadoras de nitrogênio. Elas fixam nitrogênio e elas entregam esse nitrogênio para a pastagem aproveitar através de nódulos nas suas raízes. Então isso é muito bom e dá um upgrade na produção”, destacou.
Porém, o especialista citou um ponto negativo que o produtor deve compensar. “O único inconveniente é que, no caso do Guandu, ele vai dar esse ciclo e aí ele vai morrer e você vai ter que fazer o replantio”, informou.
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PLANTIO A LANÇO
Em seguida, o agrônomo respondeu se o manejo do plantio para formar as pastagens consorciadas de gramíneas e leguminosas pode ser feito a lanço.
“A semente de feijão Gandu lembra muito a semente de soja. […] Então com o que você tem que tomar cuidado? Você tem que verificar, dependendo da plantadeira que você vai usar, pode danificar a semente, quebrá-la. E aí vai cair a sua taxa de germinação”, alertou.
“Mas se com a sua plantadeira não acontecer isso, você pode fazer o plantio também com essa plantadeira e a lanço”, tranquilizou.
DICA DO ESPECIALISTA
Po último, Pires deu uma dica para que o pecuarista seja bem sucedido na implantação das pastagens consorciadas de gramíneas e leguminosas.
“Muito cuidado, procure não adensar muito porque o fato de ele (Guandu) ser arbustivo vai fechar muito a área e isso pode provocar a dificuldade do manejo do gado na área de pastagem. Às vezes a gente recomenda que se faça em linha porque depois ele morre e aí você planta nas entrelinhas”, sugeriu.
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ENVIE A SUA DÚVIDA
Assim como o telespectador acima, você também pode enviar sua pergunta para o especialista no link do Whatsapp do Giro do Boi, pelo número (11) 9 5637 6922 ou ainda pelo e-mail girodoboi@canalrural.com.br.
Enfim, veja a resposta completa de Wagner Pires ao telespectador paulista pelo vídeo a seguir:
Foto ilustrativa: Anaterra Rendeiro / Reprodução Embrapa