EMBRAPA EM AÇÃO

Pantanal: como o ciclo das águas transforma a pecuária local

Entrevista com Carlos Alberto Padovani, pesquisador da Embrapa Pantanal, desvela os desafios e as estratégias dos pecuaristas

Pantanal: como o ciclo das águas transforma a pecuária local
Pantanal: como o ciclo das águas transforma a pecuária local

O Pantanal, a maior planície alagável do planeta, com características únicas de clima, temperatura e solo, tem sua produção pecuária profundamente influenciada pela dinâmica das águas. Em entrevista para a nova temporada do especial Embrapa em Ação, Carlos Alberto Padovani, pesquisador da Embrapa Pantanal, explica como o ritmo das chuvas e as cheias dos rios determinam a necessidade de manejo do gado na região. Assista ao vídeo abaixo e confira.

Padovani destaca que o Pantanal integra a bacia do Alto Paraguai e recebe águas de diversas bacias e rios maiores como o Rio Paraguai, Rio Cuiabá e São Lourenço.

De outubro a março, o regime de chuvas no norte do Brasil contribui para a formação de uma onda de cheia que desce até a região pantaneira, processo que pode levar cerca de um mês para afetar áreas como Ladário.

Desafios da produção pecuária na região

No entanto, nem todas as áreas do Pantanal são inundadas pelos rios. Muitas delas dependem exclusivamente das chuvas locais para irrigar as pastagens.

Em períodos de estiagem severa, como observado desde 2019, os pecuaristas têm tratado dos desafios através de inovações como o uso de poços artesianos e energia solar para garantir a dessedentação animal.

Impactos das chuvas e inundações no Pantanal

O ritmo das águas é crucial para determinar a retirada do gado das áreas alagadas para regiões mais altas das fazendas.

Esse manejo, tradicional entre os pecuaristas pantaneiros, é essencial para manter a saúde e a produtividade dos animais. Modelos de previsão climática e de hidrologia, baseados em dados de níveis dos rios, ajudam os pecuaristas a antecipar movimentos e planejar a gestão do rebanho de maneira eficiente.

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Estratégias de manejo e adaptação

Padovani ressalta que o manejo do gado deve levar em conta as duas principais restrições anuais de alimentos no Pantanal: a seca e a enchente.

As pecuaristas mais antigas já incorporaram este conhecimento, com fazendas estruturadas para facilitar o manejo. Mapas antigos revelam que essas fazendas geralmente são retangulares, orientadas perpendicularmente ao rio, garantindo acesso a áreas mais altas durante os períodos de cheia.

Estudos sobre a dinâmica das águas pantaneiras

A dinâmica das águas no Pantanal molda a produção pecuária da região. A experiência acumulada ao longo de séculos tem capacitado os pecuaristas a manejar seus rebanhos de forma eficiente, adaptando-se às condições naturais e garantindo a continuidade da produção.

A integração de modelos preditivos e inovações tecnológicas auxilia na manutenção dessa atividade vital para o Centro-Oeste brasileiro.

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