Em participação no Giro do Boi desta sexta-feira, dia 05, o meteorologista e doutor em ciência ambiental pela USP Marcelo Schneider, coordenador regional do Inmet, o Instituto Nacional de Meteorologia, órgão vinculado ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, projetou a previsão do tempo para o Brasil no fim de março, citando influência da oscilação de Madden-Julian, um fenômeno que “ dá na forma de uma célula de convecção tropical que viaja de oeste para leste na faixa equatorial num período de 30 a 60 dias”, conforme consta em artigo no portal tempo.com.
“No final do mês de março, a tendência é que as chuvas se desloquem mais para o Centro-Norte do país em função da passagem da instabilidade da oscilação de Madden-Julian, que é um pulso de instabilidade que se desloca através do globo e deve favorecer as chuvas nesta segunda quinzena”, antecipou Schneider.
O especialista também apontou a influência de outro fenômeno sobre o tempo no Brasil, desta vez trazendo consequências para o litoral nordestino. “O La Niña continua com intensidade fraca a moderada na região central do Oceano Pacífico. […] No litoral do Nordeste, continua mais essa parte do Atlântico Norte bem aquecida, então essa chuva dos próximos dias e nesse mês de março devem continuar acima do normal nessa região litorânea, principalmente no Norte. E como o dipolo, que é a diferença da temperatura do Atlântico Sul para o Atlântico Norte, está desfavorável, as chuvas não vão ser tão abrangentes ou tão fortes como poderiam ser em condições de La Niña. Mas, mesmo assim, como tem águas próximas aqui aquecidas no litoral do Rio Grande do Norte, Paraíba e também Ceará, nessas regiões a gente vai ver que, em média, algumas áreas do Nordeste vão ter chuva acima e outras áreas com chuva dentro da normalidade”, esclareceu.
O especialista também resumiu as condições do tempo para os próximos dias. “Tem previsão ainda de acumulados fortes de chuva na virada da madrugada de quinta para sexta-feira e durante o dia tem áreas de chuva do norte do Paraná, que se deslocam aqui para São Paulo, pegando também sul de Minas. Então esse corredor de umidade que a gente mostrou tem essa chuva concentrada nessas regiões”, anunciou.
“No Sul, nesta sexta-feira, as áreas de tempo instável ficam mais ao norte do Rio Grande do Sul e principalmente no leste. Já na fronteira oeste, as condições de chuva cessam pelos próximos dias, pelo menos três, quatro ou cinco dias, em que o tempo fica mais estável, sem previsão de precipitação nessa área”, acrescentou.
“Chegamos à previsão de sábado. Na divisa aqui de São Paulo com Minas Gerais, na Zona da Mata, Triângulo Mineiro. […] e área da Amazônia, principalmente essas áreas […] entre Amazonas e Pará, também têm áreas de instabilidade vindas do Atlântico Norte. […] Essas áreas têm um pulso de umidade com vento de encontro sudeste com nordeste que deve trazer algumas pancadas de chuva mais fortes para o litoral ou parte do centro-norte do Ceará, pegando extremo-norte do litoral do Piauí e também parte do Maranhão”, resumiu.
“A tendência para o domingo é que esse canal se estabilize ou fique semiestacionário nesta região. Chuvas volumosas estão previstas em algumas regiões de Minas Gerais e continuam na segunda-feira, terça e até quarta-feira”, apontou o profissional.
“Há alguma instabilidade prevista entre terça e quarta-feira, de modo geral fraca, acontecendo no leste do Rio Grande do Sul e Santa Catarina”, completou.
Schneider também revelou as tendências do tempo para a semana seguinte, entre 11 e 17 de março. “Há alguma instabilidade prevista novamente entre a divisa principalmente de São Paulo com Minas Gerais. Esse canal deve permanecer semi estacionário nessas regiões, enquanto é mais provável que alguma instabilidade aconteça no centro para o norte do Rio Grande do Sul, mas não se descartando também alguma instabilidade rápida acontecendo novamente na fronteira do estado”, concluiu.
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Confira no vídeo a seguir a previsão do tempo completa desta sexta, dia 05: