Novo boitel em Confresa vai ajudar pecuarista a “esculpir” o boi na terminação

Segundo especialista, praticidade, aceleração do giro do boi e rentabilidade foram principais fatores que levaram à expansão dos serviços de engorda terceirizada no Brasil

Não é fácil ter acesso a estrutura adequada e mão de obra qualificada para “esculpir” o boi com o acabamento necessário para a produção de uma carcaça de qualidade em confinamento. Auxiliar o produtor com esta tarefa, que assegura produtividade ao alcançar todo o potencial de engorda dos animais ao passo que acelera o ciclo de produção, serão alguns dos objetivos da nova unidade dos Confinamentos JBS, a 8ª da companhia, recém-inaugurada na divisa do município de Confresa com Porto Alegre do Norte, na região do Xingu, no Mato Grosso.

“Num sistema de cria, recria e engorda, o ciclo é grande. E a fase principal é esculpir o boi no modelo final da engorda. E aí o boi a pasto nunca vai conseguir ter tanta tecnologia nutricional com equipe treinada, que são veterinários, zootecnistas, o pessoal da nutrição olhando e colocando as tecnologias de ponta de engorda para proporcionar o ganho de oito arrobas em três meses. É um ganho bastante expressivo e nós estamos conseguindo isso nas nossas unidades”, confirmou o gerente dos Confinamentos JBS, José Roberto Bischofe Filho, em entrevista ao Giro do Boi.

Conforme reconheceu Bischofe, a região mostra sinais expressivos de desenvolvimento que a levaram a ser escolhida como local do novo boitel. “A região de Confresa, a região do Xingu como um todo, vem se destacando em dois pontos. A agricultura está chegando lá e tem a saída pelo porto de cima. É uma região que promete muito economicamente para o futuro. E o raio de atuação nosso vai ser em média de 500 a 600 km, informou.

A unidade de Confresa-MT junta-se a outros sete boiteis da JBS em todo o País: Rio Brilhante e Terenos-MS; Castilho e Guaiçara-SP; Campo Florido-MG; Lucas do Rio Verde, Nova Canaã do Norte-MT. Destas, Rio Brilhante e Campo Florido também foram inauguradas em 2020.

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Nas unidades, o ganho médio diário dos animais varia entre 1,65 kg a 1,70 kg para o perfil Nelore padrão e supera esta marca em gado de cruzamento industrial.

“Lembrando que a gente continua nas mesmas modalidades de negócio. São quatro modalidades. Diária e arrobas produzidas, que o pessoal mais gosta. E esse ano entraram muito na tradicional parceria, em que […] o pecuarista recebe as arrobas magras a preço de boi gordo mais os protocolos de qualidade. E tem a ração por quilo, que é destinada às fêmeas. Então nós temos esse pacote para qualquer perfil de pecuarista, do mais conservador ao mais arrojado. Nós estamos com as nossas estruturas prontas para o pecuarista fazer contas juntos e, enfim, proporcionar maior rentabilidade naquele negócio tanto de engorda como qualidade de carne”, convidou Bischofe.

Bischofe listou três motivos como fatores principais que levaram à demanda puxada pelos serviços de boiteis no Brasil, fazendo com que a companhia expandisse o negócio. “São três fatores: praticidade, tempo e rentabilidade. Diminuir o tempo do animal de quatro anos para 30 meses, colocando mais arrobas com um animal sendo abatido em torno de 20 a 21 arrobas, atendendo mercados e protocolos que remuneram mais o pecuarista nesse boi gordo. O pecuarista também gira mais bois em sua fazenda, gira mais arrobas e a taxa de desfrute dele é maior. Com isso, ele cuida mais da porteira para dentro da fazenda porque depois que entrou no confinamento, todo o custo, carrego da engorda, carrego do frete, a gente desconta tudo no abate. O pecuarista não coloca a mão no bolso. É mais tranquilidade para ele nesse momento”, justificou. Nas unidades de boiteis da companhia, mortes e rejeitos de cocho ainda são absorvidos pelo próprio boitel.

O contato para os produtores interessados em escalar gado para engorda em qualquer uma das oito unidades dos Confinamentos JBS, inclusive Confresa, que já está recebendo animais para terminação, pode ser feita pelo e-mail confinamento@jbs.com.br.

Segundo Bischofe, além da rentabilidade, que neste ano girou em torno de R$ 400,00 por cabeça, o boitel proporciona ao produtor benefícios indiretos, como intensificação do manejo de pastos, que podem ser destinados a outras categorias sem sofrer pressão excessiva de lotação. “Tem outras vantagens, como o manejo de pasto. Preserva pasto, tem todo um conjunto que soma nesse negócio e proporciona ao pecuarista uma rentabilidade que continua flutuando na casa de 25% a 30%, um spread da arroba do boi gordo x a arroba engordada no confinamento na casa de R$ 60,00. Esta é a lucratividade. Então nós estamos falando de um animal que ganha sete a oito arrobas no cocho, falando só de arrobas engordadas no cocho em torno R$ 400 por cabeça”, calculou.

Por conta desses benefícios, a modalidade de engorda ganhou popularidade no Brasil. “Nos últimos três anos essa ferramenta de boitel vem ajudando muito o nosso amigo pecuarista, parceiro nosso, e vem intensificando cada vez mais o abate de um animal mais novo, com mais produtividade, com mais carne, com mais qualidade, e realmente os boiteis vêm crescendo. Esse volume antigamente era em torno de 4 milhões de cabeças, foi para 5 milhões e, se Deus quiser, vamos romper os 6 milhões também”, projetou.

Bischofe citou como o produtor pode tirar proveito do boitel também para a gestão de seu negócio. “Em 2021, tudo indica um ano de crescimento, de intensificação cada vez mais com o boitel, porque traz muita facilidade para o pecuarista. Garantia de engorda, planejamento da porteira para dentro, fazendo faturamento da fazenda. O boi que entrar agora em novembro vai fazer faturamento em fevereiro do ano que vem. Então o pecuarista programa o caixa, programa toda essa rentabilidade que o confinamento entrega em um animal de qualidade e acesso a protocolos padronizados, acesso a premiação Europa, Sinal Verde, enfim, tem todo um pacote de benefícios aos nossos parceiros”, salientou.

Conforme observou o gerente, mesmo num cenário de preços de insumos mais altos em 2020, a valorização arroba garantiu rentabilidade maior da operação na comparação com os resultados de 2019

“Esse ano de 2020 foi um ano muito confuso. Começou a pandemia, o mercado estava muito instável, então o pessoal segurou um pouco fechar o boi no primeiro semestre. Já no segundo semestre, todos os confinamentos em nível geral, Brasil, vêm tendo maior intensidade. O pessoal fechou o boi no cocho e, com certeza, quem fechou está ganhando muita rentabilidade, está tendo muito retorno porque a arroba do boi só decolou. Então decolou preço, os insumos são travados e mesmo com essa proporção de alta do milho, alta dos farelos, principalmente da soja, a arroba do boi pegou esse impacto e a rentabilidade em 2020 foi um pouco maior que 2019”, afirmou.

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Assista a entrevista completa com José Roberto Bischofe Filho no Giro do Boi e as novidades do novo boitel da companhia em Confresa-MT:

* Foto em destaque ilustrativa

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