Paulo Regis Silveira Maia é o exemplo de pecuarista – e por que não dizer de empreendedor – que entrou na atividade bem-preparado. O engenheiro agrônomo, formado pela Universidade Federal de Viçosa (MG), sempre teve o desejo de trabalhar com gado de corte ao se aposentar. Durante décadas como empregado procurou se capitalizar, financeiramente e com aprendizado em gestão. Quando a aposentadoria chegou, em 2011, Paulo Maia iniciou a nova carreira com alguns passos à frente. “Cheguei já com a cabeça mais aberta, tinha feito diversos cursos, pesquisei algumas propriedades para entender o que poderia ou não funcionar para mim”, diz o produtor, que até por toda essa preparação também sabia que o campo do aprendizado tem de ser continuamente semeado.
Todos esses pontos favoráveis cultivados pelo pecuarista foram potencializados no ano passado, com a participação no Programa Fazenda Nota 10, iniciativa do Inttegra (Instituto de Métricas Agropecuárias) e da Friboi que visa a ajudar o produtor a identificar a real situação do negócio e em quais pontos deve trabalhar para aprimorar todo o processo. “O Fazenda Nota 10 me abriu ainda mais a mente para enxergar e lidar com os vários índices produtivos e econômicos, todos os custos detalhados – mão de obra, maquinário, produção”, comenta Paulo Maia. “Tudo melhorou, inclusive a área de recursos humanos.” O pecuarista conta que seu funcionário participa de todas as decisões e sabe todo o planejamento da fazenda para os próximos cinco ou dez anos. Só esse avanço já seria suficientemente positivo, mas em sua primeira safra no programa (2020/21), o pecuarista comemorou ainda mais. Sua propriedade, a Fazenda Santa Rita (Alcinópolis, MS) foi a terceira colocada na categoria Top Ouro.
Pecuária de resultado
Paulo Maia trabalha com gado Nelore, exclusivamente com engorda de fêmeas precoces, priorizando o fornecimento de carne bovina com alto padrão de qualidade. Os animais adquiridos na região chegam à fazenda recém-desmamados, pesando cerca de 240 quilos, e saem para o abate com idade entre 20 e 24 meses e peso em torno de 420 quilos. Em média, são 620 fêmeas por ano. O trato é todo baseado em pasto e proteinado.
A área total é de 516 hectares, com 380 hectares destinados ao gado. Esse espaço é separado em 37 repartições, e em cada uma dessas divisões há nove pastos rotacionados e uma praça de alimentação central também com água. O projeto já era bem estruturado, tanto que, em dezembro de 2018, a Fazenda Santa Rita recebeu o Selo BPA Categoria Ouro, um reconhecimento da Embrapa Gado de Corte e da Associação do Novilho Precoce-MS de que a propriedade atende às exigências do Programa Boas Práticas Agropecuárias – Bovinos de Corte.
A primeira safra no Fazenda Nota 10 já mostrou avanços significativos. Como Paulo Maia já fazia um controle detalhado da propriedade, tinha os dados necessários para realizar o diagnóstico expresso, mais um diferencial do programa. Isso possibilitou comparar os resultados da safra 2019/20 com os da 2020/21. A lotação dos pastos cresceu 2%, passando de 1,46 para 1,49 cabeça por hectare. “Este ano vou começar a adubação dos pastos, e planejo manejar 100 hectares por ano. Com isso, em quatro anos quero dobrar a lotação”, afirma Paulo Maia. A melhoria deve impactar também no ganho médio diário (GMD), que já avançou 15% – passou de 378 para 435 gramas. Houve mais avanços: a produção de arrobas por hectare cresceu 21% (6,63 para 8,00) e o ganho de R$ por hectare melhorou 25%.
Assessoria privilegiada
Um dos fatores que chamou bastante a atenção de Paulo Maia no programa foi o atendimento, a maneira como as equipes responderam a suas demandas. “Recebi deles todo suporte que precisei. O Rodrigo Gennari [líder de Projetos no Fazenda Nota 10] foi muito atencioso comigo”, diz o pecuarista. E para sua inscrição na safra recém-iniciada, foi decisiva a entrada dos novos mentores, abrangendo muito mais temas. “É sempre importante contar com mais alguém que traga conhecimento.”
Além de toda a assistência do Fazenda Nota 10, Paulo Maia conta ainda com uma equipe técnica familiar. O pecuarista tem dois filhos agrônomos, o Lucas, formado pela Esalq/USP, e a Ana, formada em Viçosa. Cada um já construiu uma carreira em outras cidades, mas sabem tudo sobre a Fazenda Santa Rita. “Se fosse necessário, conseguiriam tocar a fazenda sem mim. E isso tudo é interesse deles, nunca cobrei que se envolvessem”, orgulha-se o produtor, que faz questão de ressaltar a importância da esposa Rita nessa jornada toda.
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