Com um crescimento expressivo de 54% nos últimos três anos fechados – 2017, 2018 e 2019 -, a Alta Genetics, empresa responsável por uma fatia de 35% do mercado de inseminação artificial, anunciou que irá fazer novos investimentos no país para dar sequência ao bom momento. O aplicação do capital será mantida mesmo em meio ao cenário incerto por conta da pandemia da Covid-19. As razões foram reveladas em entrevista concedida pelo diretor presidente da companhia, Heverardo Carvalho, ao Giro do Boi nesta segunda, 06.
“Importante dizer o seguinte: nos três últimos anos, 2017, 2018 e 2019, nós crescemos 54%. Então para um crescimento desse […] nós temos que melhorar a nossa estrutura interna, não só de pessoal, de atendimento ao cliente, mas também estrutura física. E nós estamos aumentando, para você ter ideia, nosso estoque de 360 m² pra 900 m². Nós estamos construindo também mais 72 baias para touros, além de uma nova área de coleta. Quem cresce 54% em três anos e prevê crescer mais 18% (em 2020), se nós não fizermos isto, nós não daremos conta de atender o mercado. Então uma coisa está empurrando a outra”, justificou Carvalho.
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Além da necessidade da manutenção da produção de alimentos, o próprio crescimento da IATF no Brasil – 23,6% em 2019 na comparação com 2018 -, anima o setor de genética bovina. “Fornecedor de carne no mundo é o Brasil mesmo. Os outros países que produzem estão, vamos dizer, dentro dos limites deles não só de quantidade, mas de qualidade também. E nós temos um mundo para crescer tanto em quantidade, quanto qualidade. Nós vamos inseminar muito mais, a IATF vai crescer muito mais, a inseminação vai junto, claro, e eu não tenho dúvida: produtor de proteína animal no mundo é o Brasil”, sustentou.
Heverardo reforçou também a importância de investir em capacitação e conhecimento de equipe e dos criadores para desenvolver o mercado como um todo, e não somente sua estrutura. “Acho que o criador tem muito mais a usufruir até usando da qualidade técnica do nosso time. Nós temos feito investimento extraordinário todos os anos. Entra ano, sai ano e nós investimos por volta de R$ 1,5 milhão com treinamento da nossa equipe e também de criadores. E este conhecimento maior, este conhecimento superior do nosso time, tem conseguido levar resultados melhores pro criador, além de simplesmente ganho genético. Até porque nós podemos oferecer para ele um ganho genético muito bom por meio de um bom produto, mas nós ofereceremos muito mais se nós ensinarmos a maneira correta de usar este produto. A gente tem que analisar o que o criador tem, onde ele está, onde ele quer chegar e aí nós temos programas que nos ajudam a identificar os melhores touros para que ele tenha também melhor resultado. Este investimento vem ampliar a possibilidade de nós termos mais produtos, principalmente produtos de alta qualidade, mas muito mais do que ter o produto de alta qualidade, é conseguir ajudar o criador a escolher o produto certo para ter o melhor resultado”, explicou o presidente da Alta Genetics.
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Segundo Heverardo, atualmente a central conta com capacidade para 320 touros em baias de mais de 30 raças distintas, volume que deve ser ampliado a partir dos investimentos de R$ 6 mi. “Nesta primeira etapa queremos subir nossa capacidade de touros em coleta dos atuais 320, para 392 animais até o final deste ano. Mas, a meta final é chegar em 464 em 2021”, projetou Carvalho em em comunicado oficial divulgado pela assessoria da empresa no início de março. Somando os R$ 6 milhões de investimentos na nova estrutura com os cerca R$ 1,5 em cursos e capacitações, o montante aplicado poderá passar dos R$ 7,5 mi. No Brasil, a empresa emprega diretamente cerca de 800 pessoas e, contando com prestadores de serviço, chega a 1.000 o número total de colaboradores.
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Heverardo encerrou sua entrevista com uma mensagem de perseverança ao produtor rural. “Nós estamos com problemas sérios, nós não sabemos o que vai ser amanhã, mas uma certeza nós temos: nós trabalhamos de domingo a domingo, 25 horas por dia, o campo não para e nós também não vamos parar. Com certeza nós seremos a atividade menos afetada, seja lá qual for o resultado de toda esta crise que aí está. Então vamos trabalhar adequadamente, lembrando no caso específico de genética que o que se fizer hoje tem um resultado lá na frente. Então nós não podemos deixar de fazer bem feito, vamos tocar nossa vida, vamos trabalhar, vamos cuidar da nossa saúde, dos nossos entes queridos, clientes, amigos, etc., mas vamos continuar trabalhando. A vida é assim”, concluiu.
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Veja a entrevista completa com Heverardo Carvalho, diretor presidente da Alta Genetics, pelo vídeo abaixo: