Nesta terça, dia 18, o Giro do Boi recebeu como convidada em seu estúdio a diretora de comunicação da Corteva Agriscience – a divisão agrícola DowDuPont – para a América Latina, Vivian Bialski. Ela apresentou com detalhes os resultados de uma pesquisa encomendada pela companhia e feita entre agosto e setembro e lançada como parte da celebração do Dia Internacional das Mulheres Rurais, estabelecido pela ONU como 15 de outubro.
O levantamento contou com entrevistas de 4.157 produtoras de 17 países, entre elas quase 500 mulheres do agro do Brasil. “O nosso objetivo era tirar um raio-x, ter uma visão 360º de como é que está a mulher no agronegócio e inclusive poder comparar a situação da mulher brasileira com outros 16 países que estão em condição sócio econômica bem diferente do Brasil”, resumiu a diretora.
+ 80% das mulheres rurais do Brasil têm ‘muito orgulho’ de pertencerem ao agro, aponta pesquisa
“A gente constata que cada vez mais a mulher no agronegócio vem desempenhando um papel de protagonismo. Antes a mulher no agro atuava em uma posição de liderança por uma questão circunstancial, porque o marido havia falecido ou porque ela herdou alguma coisa da família. O que a gente notou por meio da pesquisa é que cada vez mais a mulher já vem no papel de protagonismo naturalmente. Isso realmente tem muita relação com a forma com a qual ela lidera, como está no campo, como faz as coisas acontecerem”, complementou.
No entanto, ao passo que exerce papeis de liderança no agro por todo o mundo, a discriminação de gênero é uma percepção generalizada pelas entrevistadas. Em média, 66% das mulheres disseram sofrer discriminação. Nos extremos estão as mulheres da Índia, em que 78% disseram passar por tal situação, e nos EUA, a porcentagem cai para 52%. Neste quesito, o Brasil está próximo do extremo negativo: 77% das mulheres entrevistadas pela pesquisa disseram sofrer discriminação de gênero no agro.
Mas há também uma percepção de que o cenário está melhorando. No Brasil, 62% das mulheres acreditam que hoje há menos discriminação em relação 10 anos. Para vencer estas barreiras, as mulheres sugeriram mudanças como treinamento (80%), algum nível de educação acadêmica (79%), apoio jurídico para mulheres que passam por discriminação de gênero (76%), aumento da conscientização do público sobre as contribuições das mulheres para a indústria do agro (75%) e aumento da conscientização do público sobre a discriminação de gênero (74%).
Mesmo com o cenário adverso, 80% das mulheres do Brasil afirmaram que estão muito orgulhosas de pertencerem ao agro, contra 70% da média global.
Veja os principais números da pesquisa na entrevista completa com Vivian Bialski no vídeo abaixo:
Foto: Divulgação / CNMA