FUTURO VERDE

MS lidera corrida por carbono neutro com o engajamento do produtor rural

O estado avança com tecnologia, práticas sustentáveis e incentivos para fortalecer o protagonismo do campo na agenda climática

MS lidera corrida por carbono neutro com o engajamento do produtor rural
MS lidera corrida por carbono neutro com o engajamento do produtor rural

Mato Grosso do Sul assumiu uma meta ambiciosa e essencial: tornar-se o primeiro estado carbono neutro do Brasil até 2030. Esse grande desafio, lançado pelo governo estadual, tem se traduzido em oportunidades reais no campo.

O agronegócio sul-mato-grossense, que já é referência em práticas de baixa emissão, tem um papel estratégico nessa transição para uma economia mais sustentável e alinhada com as demandas globais.

De acordo com a consultora técnica da Famasul, Ana Beatriz, a agricultura de baixo carbono é uma realidade em expansão no estado.

Ela explica que o modelo integra a conservação ambiental, a eficiência produtiva, a viabilidade econômica e a responsabilidade social. Mato Grosso do Sul se destaca nacionalmente por já ter um portfólio consolidado de práticas nesse sentido.

ILPF e o comprometimento do CAR

Foto: Reprodução/Giro do Boi

Mato Grosso do Sul lidera o país em área com o sistema de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF), somando mais de 3 milhões de hectares.

Além disso, o estado tem outras ações de destaque, como a recuperação de pastagens degradadas, o aumento das florestas plantadas e o uso crescente de tecnologias sustentáveis.

A utilização de bioinsumos, a fixação biológica de nitrogênio e os sistemas irrigados são exemplos claros do avanço tecnológico e ambiental no campo.

Além da adoção dessas tecnologias, a preservação da vegetação nativa dentro das propriedades privadas do estado é impressionante. Dados do Cadastro Ambiental Rural (CAR) mostram que cerca de 35% do território de Mato Grosso do Sul é destinado à conservação.

Esse número é um indicativo forte do compromisso do setor com a sustentabilidade. O Pantanal, por exemplo, mantém cerca de 87% de seu bioma em estado natural, com a menor perda de cobertura vegetal entre todos os biomas brasileiros.

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Incentivos e novas frentes para o produtor

Peões com bovinos em sistema orgânico e sustentável no Pantanal. Foto: Divulgação/ABPO

No Pantanal, iniciativas como o PSA Pantanal, através do subprograma “Conservação e Valorização da Biodiversidade”, oferecem uma remuneração extra aos produtores que mantêm vegetação nativa excedente.

Esse tipo de incentivo financeiro valoriza a conservação e reconhece o papel estratégico da produção sustentável para o cumprimento das metas de carbono neutro. A adesão dos produtores rurais a essas práticas não é só por exigência legal, mas por acesso a novos mercados, crédito facilitado e maior eficiência.

A consultora da Famasul reforça que a agricultura de baixo carbono é mais do que uma questão econômica. É um compromisso com a conservação ambiental, que também envolve inclusão social e rentabilidade.

O protagonismo da agropecuária na mitigação climática também foi reconhecido internacionalmente. Durante a COP28, a agricultura foi vista como parte da solução para as mudanças climáticas, e a COP29 formalizou a criação de um mercado mundial de créditos de carbono, abrindo novas oportunidades para os produtores brasileiros.

Famasul e Senar/MS impulsionam a transição

Para apoiar o produtor nesse processo, o Sistema Famasul tem atuado diretamente. Em parceria com a Biosul, a campanha “Movido pelo Agro – Etanol” incentiva o uso de biocombustível como uma alternativa de menor emissão.

Na primeira edição, foram abastecidos mais de 91 mil litros de etanol, o que evitou a emissão de mais de 90 toneladas de CO₂.

Outra frente importante é o projeto “Carbono ATeG”, iniciado pelo Senar/MS. O projeto já começou a mensurar as emissões de gases de efeito estufa em 30 propriedades rurais na primeira etapa. Os resultados vão servir de base para ações futuras mais assertivas e personalizadas.

Com metas claras, políticas públicas robustas e o engajamento crescente dos produtores, Mato Grosso do Sul se posiciona como uma referência nacional no avanço rumo ao carbono neutro.

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