CONTROLE DE PARASITA

Mosca-dos-estábulos, dos-chifres ou doméstica? Qual causa mais danos ao pecuarista

O inseto pode reduzir em 70% a produção de leite e 30% a produção de carne. Confira como minimizar o problema na entrevista com a bióloga Taciany Ferreira, da Volare Consultoria Ambiental

Sabe qual a diferença entre a mosca-dos-estábulos, a mosca-dos-chifres e a mosca doméstica? Ambas podem causar prejuízos na produção de bovinos de corte e de leite. Assista ao vídeo abaixo e saiba diferenciá-las. Descubra ainda qual pode trazer mais danos aos animais.

Quem deu uma boa explicação sobre os insetos foi a bióloga Taciany Ferreira. A especialista esteve no estúdio do Giro do Boi nesta segunda-feira, 27.

Ferreira é a responsável técnica da Volare Consultoria Ambiental. A empresa é especializada no monitoramento, prevenção e controle da mosca-dos-estábulos no País.

“Ambas as moscas estão presentes em áreas de pecuária no Brasil, no entanto, a mosca-dos-estábulos pode trazer mais problemas”, diz a bióloga.

O que torna a mosca-dos-estábulos, conhecida cientificamente por Stomoxys calcitrans, mais danosa é sua picada.

Diferente da mosca-dos-chifres, a dos-estábulos não solta uma substância anestésica quando pica. Por isso ela causa muito mais dor e incômodo aos animais, segundo Ferreira.

A mosca-dos-estábulos pelo mundo

Detalhe de mosca-dos-estábulos. Foto: Taciany Ferreira
Detalhe de mosca-dos-estábulos. Foto: Taciany Ferreira

O problema do inseto não é exclusividade da produção pecuária do Brasil, mas de várias regiões produtoras de bovinos no mundo se desenvolvendo por resíduos orgânicos bem variados.

Na Austrália, a mosca-dos-estábulos, se desenvolve em resíduos de hortaliças. Na Costa Rica, a causa é a cultura do abacaxi. Na Colômbia, na produção de óleo de dendê.

Aqui no Brasil, além do processamento da cana-de-açúcar, os cochos, mangueiros, currais e até mesmo no chorume da silagem servem de moradia e locais de reprodução deste inseto.

Prejuízos da moscas-dos-estábulos em fazendas de gado

Comportamentos das três moscas que estão presentes em fazendas no País. Fotos: Volare Consultoria Ambiental

O nível de infestação é o que mais vai agravar os prejuízos de uma fazenda de corte ou de leite. A pesquisadora inclusive fez uma pesquisa sobre essa espécie.

No entanto, a estimativa que se faz é que a infestação de moscas-dos-estábulos possam levar a perdas de 30% na produção de carne bovina numa fazenda de corte.

Já numa fazenda leiteira, a redução pode ser de até 70% na ordenha de leite.

A diferença entre os insetos está no comportamento deles. A mosca-dos-estábulos prefere ficar na parte inferior dos animais, próximo às patas traseiras.

Já a mosca-dos-chifres prefere o dorso dos animais e a mosca doméstica prefere ficar mais em contato com a área de secreção nos bovinos.

Controle integrado e por área ou região

Mapa de calor sobre o nível de infestação de moscas-dos-estábulos. Foto: Reprodução

Épocas de chuvas mais intensas provoca a maior escalada da infestação do inseto. E, mesmo a praga sendo um dos desafios em fazendas no País há cerca de dez anos, a especialista afirma que é, sim, possível reduzir os prejuízos.

No entanto, o controle populacional deve ser integrado, não só na propriedade em si, mas em demais áreas de produção agrícola que estão na mesma área ou região da propriedade.

O processo básico que deve ser feito é a limpeza de áreas de resíduos orgânicos para quebrar o ciclo de reprodução do inseto. O ideal seria limpezas a cada semana, mas pode também ser feitas a cada dez dias.

A empresa inclusive tem desenvolvido métodos como armadilhas e um serviço de monitoramento georreferenciado para fazer um mapa de ‘calor’ para averiguar o nível de infestação do inseto.

“No entanto, apesar do uso de armadilhas, ela sozinha não é capaz de controlar. O manejo com a mosca deve ser integrado e feito na região”, diz Souza.

Confira no vídeo acima os detalhes da tecnologia de armadilhas e como adotar um plano para reduzir a infestação do inseto na fazenda. Para outras informações acesse o site da Volare Consultoria Ambiental ou pelo telefone (67) 3326-7085.

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