Meus bezerros estão sangrando pelo nariz e com queda de pelo. Qual é o problema?

Especialista listou causas da chamada epistaxe, ou hemorragia nasal, salientou as formas de prevenir o problema e reforçou a importância de chamar o veterinário na fazenda

O criador José Mário, da cidade de Surubim, em Pernambuco, está preocupado com o seus bezerrinhos, que estão com manchas pelo corpo, orelhas murchando, sangramento pelas narinas e pele “fofa”, além de queda do pelo. Por isso, ele pediu orientação aos especialistas parceiros do Giro do Boi.

O atendimento foi feito pelo médico veterinário, professor e coordenador da plataforma EAD VetAgro gestão Guilherme Vieira, criador das plataformas Farmácia na Fazenda e do Semiconfinamento.com.br.

De acordo com o especialista, o sangramento pelo nariz, ou hemorragia nasal, chama-se epistaxe e não é muito comum em bovinos, sendo encontrado mais comumente em cavalos de lida e de corrida pelo esforço físico e aumento da frequência respiratória. Nos equinos, a epistaxe pode ser sintoma de garrotilho, inflamações pulmonares ou alterações na bolsa gutural, sendo essencial a presença do veterinário para identificar a causa e iniciar o tratamento.

E NOS BOVINOS?

Vieira apontou diversas possíveis causas para a bateria de problemas enfrentados pelos animais do pecuarista pernambucano. Para listar as possíveis fontes do problema, o veterinário revelou que contou com a ajuda da também médica veterinária Renata Guedes.

Entre as situações que podem levar ao quadro descrito pelo pecuarista estão tumores, doenças infecciosas e inflamatórias, além de intoxicações.

Dentro dos tumores que podem causar a epistaxe estão fibrossarcomas e os mixomas. Para estas situações, a presença do veterinário é imprescindível para que se faça exames de diagnóstico que identifiquem o tratamento específico.

Já entre as doenças que causam estes sintomas estão a rinite atópica dos bovinos, que causam inflamação das vias aéreas superiores e prurido, as coceiras, que podem fazer com que o bovino busque troncos de árvores e outras estruturas para se coçar, o que força o rompimento de vasos sanguíneos.

A rinotraqueíte infecciosa bovina e a diarreia viral bovina (BVD) também podem ser fonte do problema, e podem ser superadas por meio de vacinação.

Conforme havia adiantado o especialista, as intoxicações também podem causar os problemas descritos pelo pecuarista. A presença de samambaias no pasto, por exemplo, pode desencadear a hemorragia interna e sangramento por outras cavidades, valendo uma varredura pelo pasto para identificar as plantas.

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A ingestão acidental de raticidas e rodenticidas de forma geral também pode estar relacionada ao problema por serem produtores à base de anticoagulantes, levando à epistaxe.

O especialista também lembrou que a fotossensibilização, ou requeima, pode causar sintomas similares, sobretudo por identificar que os animais que passam pela situação na fazenda em Surubim-PE são bezerros Nelore, categoria mais sensível a esta doença.

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PREVENÇÃO

Vieira indicou que uma vez identificado o problema, os animais devem ser isolados do convívio com outros indivíduos e, se possível, postos em local sombreado, já que o calor do sol pode servir como dilatador dos vasos e agravar a hemorragia. É neste espaço com sombreamento que o animal deve aguardar a chegada do veterinário.

O controle de samambaia no pasto ou outras plantas daninhas também é recomendado, no caso da intoxicação. O pecuarista deve observar ainda se há resíduos de produtos para controle de roedores acessível aos bovinos, fazendo a limpeza adequada caso sejam encontrado restos de rodenticidas.

O tratamento do problema pode envolver uso de produtos anti hemorrágicos, embora o protocolo possa ser formulado somente por um médico veterinário, visto que a causa específica do problema deve ser identificada.

Tem dúvidas sobre este tema ou outro assunto relacionado a sanidade animal? Envie sua pergunta para girodoboi@canalrural.com.br ou para o Whatsapp do Giro do Boi, pelo número (11) 9 5637 6922.

Os detalhes da resposta do médico veterinário Guilherme Vieira ao criador pernambucano podes ser vistos pelo vídeo a seguir:

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