“Pergunta bastante interessante do Agnaldo, que é do Grupo Scheffer, lá de Sinop, no Mato Grosso. O Agnaldo nos pergunta com relação à água salobra. Ou seja, ele tem um problema da água salobra em que os animais já ingerem um teor de sal na água, que reflete reduzindo o consumo voluntário, espontâneo, de mistura múltipla de sal mineral, de proteinados, lá no cocho. (Os animais) Estão consumindo via água e aí consomem menos sal lá no cocho e isso acaba se tornando um problema porque a gente precisa, via sal mineralizado, fornecer minerais que estão deficientes nas pastagens, como o fósforo, o selênio, o iodo, enfim, outros minerais que vão trazer benefícios para o equilíbrio nutricional dos animais”, apresentou a dúvida que respondeu nesta sexta, 31, o médico veterinário Fernando Loureiro.
O veterinário confirmou que a água salobra de fato afeta o consumo de sal mineral dos animais. “Os químicos definem que uma água com menos de 0,5% de teor de cloretos, de sal, é uma água doce e com mais de 30% de sal, é uma água salgada. Só que em várias regiões do Brasil a gente capta água com índices maiores do que o 0,5% e ainda, lógico, menores do que os 30% da água do mar, mas esta água dita salobra prejudica, sim, o desempenho dos animais. Os animais vão ingerir menos sal mineral. Ela não é uma água potável, nós (humanos) sentiremos muito o sabor e o impacto desta água, mas os animais se adaptam e acabam bebendo. A questão é que eles não têm o desempenho que deveriam, como com uma água doce, e ao mesmo tempo eles vão ingerir menos da mistura mineral no cocho por já conter o sódio, que é o que eles buscam no cocho de sal”, detalhou.
Fernando confirmou que há formas de dessalinizar a água, mas que ainda não são viáveis para serem aplicadas no campo nem em grande escala, como necessitaria uma fazenda de gado de corte. “Tanto pelo custo operacional como também pelo volume de água que os animais vão demandar todos os dias para beber”, rechaçou.
“O que eu te indico? Os animais vão se adaptar a este teor maior de sal na água. Para consumo e ingestão voluntário de misturas múltiplas, misturas minerais, misturas proteico energéticas, o ideal seria buscar com as empresas de nutrição fontes palatáveis, produtos que vão promover este consumo. Pode ser o fubá de milho, pode ser o melaço em pó, pode ser baunilha, e aí vai se conseguir chegar a um consumo adequado de mistura no cocho. A água se torna um pouco mais difícil alterar. Em algumas regiões esta água, sim, vai ser salobra e a gente, sabendo disso, entende que os animais se adaptam a esta água”, afirmou.
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