
A pecuária de corte do Nordeste mostra sua força. Um levantamento inédito da Expedição Encorte revelou que a atividade movimenta mais de R$ 20,8 bilhões por ano (da fazenda até o abate) nos estados de Sergipe, Alagoas e no sul de Pernambuco.
A pesquisa percorreu 120 fazendas em 81 municípios, apresentando dados surpreendentes sobre a importância econômica, social e produtiva da atividade na região da Sealba.
O estudo foi apresentado durante o Workshop Expedição Encorte 2025, realizado em Maceió (AL), e contou com a presença de especialistas, técnicos e produtores de todo o país.
A região estudada reúne um rebanho de 1,6 milhão de cabeças, responsável por alimentar 6 milhões de pessoas e envolver mais de 400 mil famílias, de forma direta ou indireta.
Diagnóstico técnico e oportunidades de melhoria
Segundo o coordenador da Expedição, Marcelo Araújo, o levantamento identificou gargalos importantes na cadeia produtiva, com destaque para a gestão das pastagens e a avaliação de indicadores zootécnicos e econômicos.
“Quem não mede, não gerencia; quem não gerencia, não melhora. Para entender e aprimorar a pecuária, o primeiro passo é mensurar os indicadores, assim como um exame de sangue revela o estado de saúde de uma pessoa”, explicou Marcelo.
Um dos principais alertas do estudo é que muitos produtores focam apenas no rebanho, negligenciando a qualidade das pastagens e os próprios resultados.
A falta de análise de dados e planejamento está entre os fatores que impedem uma gestão mais eficiente e lucrativa da propriedade.
Lotação média revela espaço para crescer
A lotação média das propriedades visitadas foi de 0,93 unidade animal por hectare (UA/ha) — exatamente a média nacional, segundo a ABIEC 2024. No entanto, há diferenças expressivas dentro da própria região.
- 25% das fazendas com menor desempenho operam entre 0,73 e 0,79 UA/ha
- Algumas propriedades mais eficientes alcançam até 1,32 UA/ha
Isso mostra que é possível um aumento de até 67% na produtividade, sem elevação dos custos fixos, apenas com melhorias de manejo e gestão.
“Esse ganho é exponencial. Ao aumentar a quantidade de animais por hectare, a produção cresce sem aumento dos custos fixos, o que torna a atividade mais lucrativa”, destacou Marcelo.
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Região da Sealba mostra potencial para crescer ainda mais
A região da Sealba (Sergipe, Alagoas e Bahia) se consolida como uma fronteira promissora da pecuária de corte, com clima e solo favoráveis, além de produtores dispostos a evoluir tecnicamente.
Com a coleta de dados em campo, a Expedição Encorte tem contribuído para a construção de diagnósticos confiáveis, que podem orientar políticas públicas, ações de extensão rural e investimentos privados mais assertivos.
O mapeamento mostrou que há propriedades de excelência já adotando boas práticas, mas ainda existe um número expressivo de fazendas com baixa produtividade, o que representa uma grande oportunidade de crescimento com apoio técnico.
Expansão da expedição para outros estados
Diante dos resultados, a Expedição Encorte será ampliada para novos estados do Nordeste em 2026, incluindo Bahia, Maranhão e Rio Grande do Norte.
O objetivo é construir um panorama regional ainda mais robusto, fortalecendo a tomada de decisões por parte de produtores, técnicos, empresas e governos.
“Nosso objetivo é, em algum momento, fechar todo o Nordeste, da Bahia ao Maranhão, com dados consistentes e atualizados”, afirmou Marcelo Araújo.
A Expedição Encorte tem sido uma aliada importante da pecuária moderna e de precisão, levando informação técnica, diagnósticos e visão de futuro ao campo nordestino.
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