Menos de 0,1% das fazendas de gado de corte de SP estão aptas à exportação para a UE

Entre mais de 130 mil propriedades dedicadas à produção de carne bovina em São Paulo, apenas 128 estão na lista das aprovadas para exportar à União Europeia

Menos de uma em cada mil fazendas focadas na produção de carne bovina no estado de São Paulo está apta a exportar para a União Europeia. O assunto foi tratado nesta segunda, dia 25, no Giro do Boi, durante entrevista com o médico veterinário Hugo Leonardo Riani Costa, coordenador do Grupo de Defesa Animal (CDA) da Secretaria de Agricultura e Abastecimento de São Paulo, divisão do órgão que é responsável pelo trabalho de rastreabilidade no estado.

Atualmente, 128 estabelecimentos rurais aprovados pelo Sisbov (ERAS) em São Paulo estão na lista de propriedades aptas para embarque à UE e apenas outras três estão na lista de espera para aprovação. No total, o estado de São Paulo conta com 130 mil fazendas de gado de corte, o que faz com que o índice fique muito abaixo do potencial para exportar ao mercado europeu. “É um número pequeno perto do total de propriedades do estado, mas nós temos feito todo trabalho possível pra que produtor que tenha interesse seja aprovado”, declarou Costa.

A secretaria de Agricultura e Abastecimento de SP dedica quase 90 veterinários para o trabalho de auditoria do Sisbov. Para habilitar a sua propriedade para a lista, o pecuarista deve procurar uma certificadora particular, que realiza sua vistoria e faz a solicitação de uma auditoria oficial do órgão responsável, como o CDA ou o Mapa. Após a aprovação, as certificadoras devem fazer duas auditorias por ano para fazendas que trabalham com pecuária extensiva ou uma a cada dois meses caso a fazenda tenha confinamento.

Além de concorrer à premiação pela exportação para o mercado exclusivo, os ERAS têm ainda benefícios paralelos. “A rastreabilidade possibilita que o produtor tenha conhecimento detalhado do seu rebanho, para saber exatamente de onde veio cada animal, qual é a idade, a era, o desenvolvimento desse animal até a sua saída. A rastreabilidade dá uma base para o produtor ter um diferencial, além da qualidade, na produtividade do seu rebanho. Ela pode servir como base até para a utilização de outras ferramentas disponíveis e isso vai levar a um melhor gerenciamento da propriedade”, resumiu o coordenador de defesa animal de SP.

Veja a entrevista completa do veterinário Hugo Costa ao Giro do Boi pelo vídeo abaixo:

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