Matopiba, Semiárido e Sertão nordestino recebem chuvas no fim semana

A partir do domingo, precipitações se deslocam rumo ao oeste e pegam norte do Mato Grosso; SP e RJ terão manhãs frias nos próximos dias

Boa notícia para os produtores rurais de parte do Nordeste e do Norte neste fim de semana.

“Nos próximos três dias tem bastante chuva acontecendo em função de uma área de convergência, que a gente chama de zona de convergência de umidade ou, se ficar dois, três, quatro dias, zona de convergência do Atlântico Sul. […] O encontro desse ar mais ameno, um pouco mais frio, do Sul, e o ar quente e úmido que vem lá do Atlântico Norte, passa aqui pelo Norte do País, se encontra nessas regiões do Semiárido, até o Sertão nordestino, principalmente essa região aqui do Matopiba. Então essa região vai ter bastante chuva nesta sexta e sábado, especialmente, volumes de chuva que vã passar dos 100 mm em muitas regiões”, anunciou Marcelo Schneider, coordenador regional do Inmet, o Instituto Nacional de Meteorologia, órgão vinculado ao Mapa.

“O maior acumulado fica mesmo entre aqui a região de Minas, principalmente no Norte da região de Minas Gerais, e algumas áreas do oeste da Bahia com os volumes podendo passar, somente nesta sexta-feira, acima dos 80 mm, com algumas áreas podendo passar dos 100 mm. No interior e nesta parte se aproximando do Sertão nordestino, indo para algumas áreas do Piauí, oeste do Ceará, elas vão ter chuvas muito bem vindas, […] volumes que devem passar dos 50, 70, 80 mm”, detalhou.

A partir do domingo, as precipitações se deslocam rumo ao oeste, seguindo para o Pará e a Amazônia como um todo. “Domingo, gradativamente, essa chuva começa a perder um pouco de intensidade e se desloca mais para o oeste, mais para Tocantins, divisa com Pará, extremo norte do Mato Grosso. O pessoal da produção agrícola, da região de Juína e Juara, começa a perceber os efeitos dessa chuva que volta a ficar também um pouco mais forte naquela região”, destacou.

Enquanto o encontro de massas de ar provoca chuvas entre Norte e Nordeste, as capitais do Sudeste terão manhãs frias até o domingo. “O ar frio está entre o leste gaúcho, toda a Região Sul na parte mais leste, e pegando regiões de São Paulo e Rio de Janeiro, que vão ter temperaturas baixas principalmente até o amanhecer do domingo”, confirmou o especialista.

No Sul, o fim de semana terá chuvas isoladas e irregulares pelo menos até a próxima quarta-feira, quando há mudança prevista no cenário. “Na próxima quarta-feira tem uma outra frente fria com área de instabilidade que, aí sim, pode provocar volumes de chuva um pouco maiores em parte do Rio Grande do Sul e Santa Catarina. […] Pode passar dos 50 mm entre a quinta e sexta-feira da outra semana, algumas áreas podem até superar os 80 mm de chuva”, projetou Schneider.

O meteorologista respondeu dúvidas de telespectadores do Nordeste e do Sudeste. Chico Marques, de Itabaiana, região central de Sergipe, perguntou sobre o período chuvoso de novembro e se há estimativa de precipitações para dezembro.

“A respeito das chuvas em Sergipe, esses mapas de climatologia mostram que de novembro para dezembro costuma chover bem pouco, entre 30 a 40 mm, algumas áreas 60 mm ou menos que isso nessa região de Sergipe. As chuvas se voltam mais para a região da Bahia, para o extremo-oeste de Pernambuco, Alagoas, mas principalmente aqui na região do Piauí. As chuvas que acontecem nessa região (de Itabaiana) são mais da época de outono e inverno, principalmente no meio do inverno, em função da umidade das ondas de leste, das chuvas que vêm do oceano. Mas uma mudança em que a chuva praticamente duplica de intensidade é para janeiro. Então janeiro, para aquela região, tem uma tendência em climatologia de (o volume de chuva) ser um pouco maior”, esclareceu.

Já Haroldo Vaz, que recentemente se mudou para Itajubá, no sul de Minas Gerais, quis saber sobre o potencial do frio noturno na região, mesmo sendo época de calor no mês de dezembro.

“É normal que […], mesmo na época de verão, como é uma região de altitude, as temperaturas nas regiões montanhosas costumam cair bastante e rapidamente pelo efeito da perda de radiação. Então quanto mais altitude tem na cidade, normalmente a umidade diminui com a altitude. Então aquelas áreas têm uma rápida diminuição da temperatura. O calor é armazenado na superfície e gradativamente durante a noite esse calor é liberado para a atmosfera”, respondeu Schneider.

Veja a previsão completa no vídeo a seguir:

Foto: Reprodução / Semar-PI

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