Massas de ar seco predominam no Brasil Central e reduzem umidade relativa do ar

Nova virada do tempo que pode trazer algum alívio está projetada somente para terça ou quarta-feira da próxima semana, estimou meteorologista do Inmet

Conforme o esperado, a entrada do inverno trouxe o tempo seco para todo o Brasil Central, confirmou o meteorologista e doutor em ciência ambiental pela USP Marcelo Schneider, coordenador regional do Inmet, o Instituto Nacional de Meteorologia, órgão vinculado ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, durante a previsão que foi ao ar no Giro do Boi desta sexta, 09.

“Como vem chovendo pouco ou praticamente não tem havido chuva, a umidade desce bastante e fica com pouca água no solo. Esses índices em amarelo e vermelho indicam percentuais baixos, abaixo de 20% em toda essa Região Central do Brasil, avançando para o Norte e Nordeste, principalmente Nordeste entre a Bahia e a região sul do Piauí, no Matopiba. E no Sul, apesar de não ter chovido com tanta intensidade, algumas áreas tiveram precipitação nessas semanas por aquelas frentes frias da última onda de frio. Então essas áreas em azul indicam mais umidade no solo, principalmente entre o Rio Grande do Sul e o sul de Santa Catarina”, apresentou Schneider.

A chegada de uma frente fria que poderia trazer alguma umidade para a faixa central será desviada antes de avançar no País, conforme disse o meteorologista. “Sexta e sábado rapidamente uma frente se aproxima. Ela vai desviar para o oceano, tem uma leve queda de temperatura no Rio Grande do Sul, mas nas outras áreas, como mencionei, não tem tanto impacto. Em termos de umidade, essa área mais avermelhada indica a presença da massa de ar seco. Em geral, no outono e inverno até o início da primavera, as massas de ar seco predominam no centro do Brasil, os movimentos do ar são descendentes. Isso causa muitas vezes um aquecimento na superfície. É aquele tempo típico: noites e madrugadas frias, alguma geada nas áreas altas, serranas, e a tarde até relativamente quente, predominando na costa, muitas vezes, o vento, a brisa que sopra mais no verão. Mas no inverno também acontece de soprar um vento que traz uma temperatura mais amena”, detalhou.

Por isso, há um aviso de tempo muito seco. “Continuam os avisos de baixa umidade. Acessem o portal do Inmet para ver com mais detalhes. […] Tanto no sábado, dia 10, como quarta-feira, 14, essa área alaranjada tem índices perto ou abaixo de 20%. Então várias áreas podem ter esses índices bem baixos de umidade pegando desde a região de Mato Grosso, Goiás, Tocantins, parte do oeste de Minas, Triângulo, interior de São Paulo até o norte do Paraná. São regiões de baixa umidade”, alertou o especialista.

Segundo Schneider, até meados da semana que vem a temperatura segue amena. “Geadas devem acontecer nos próximos dias, mas também de fraca intensidade”, antecipou.

“A gente começa mostrando a imagem de satélite da quinta-feira (08) […] e lá no Sul do continente, entrando pela Argentina, vem uma frente fria. Essa frente fria chega no final de semana, mas só traz nuvens, algumas instabilidades muito isoladas sobre o Rio Grande do Sul entre o sábado e domingo. Não deve provocar nebulosidade, instabilidade sobre o centro do Brasil, só a partir da próxima quarta-feira. A imagem mostrava também a instabilidade que é comum da Região Norte do Brasil e algumas áreas de instabilidade que são provocadas pela umidade que vem do oceano”, mostrou

“Mas na semana que vem, sim, tem mudanças no tempo. Entre o final da terça e principalmente quarta-feira tem uma frente fria que vai provocar alguma chuva. […] Na situação pré-frontal, antes da frente fria, do final de terça para quarta, tem as maiores temperaturas no centro do Brasil que pegam Campo Grande, interior de São Paulo, Paraná acima dos 30º C”, especificou.

“Mudança, como mencionei, do final da terça para quarta-feira, quando forma-se uma frente fria, um ciclone extratropical que vai impulsionar novamente massa de ar frio”, concluiu.

A previsão completa do tempo a partir desta sexta, dia 09, está disponível pelo vídeo a seguir:

Sair da versão mobile