A marcação a fogo no gado, uma prática milenar em fazendas, pode estar com os dias contados. Assista ao vídeo abaixo e saiba como essa identificação pode ser substituída.
Um Projeto de Lei apresentado pelo deputado federal pelo PSD do Ceará, Célio Studart, pede a proibição desse tipo de identificação em bovinos nas fazendas brasileiras.
O projeto, que foi apresentado à câmara dos deputados no último dia 20 de outubro.
Ele defende que as marcações a fogo e ferro quente no gado podem ser substituídas pela inserção de novas tecnologias para a identificação de bovinos, como brincos e bótons com chips eletrônicos.
De fato, a redução da marca a fogo em bovinos é uma das principais bandeiras de grupos de pecuaristas no País, para a promoção do bem-estar animal.
Projeto “Redução da Marca a Fogo”
A Fazenda Orvalho das Flores, em Mato Grosso, da pecuarista Carmen Perez, foi uma das primeiras propriedades a eliminar, em 100%, as marcações a fogo em 2016.
Apenas a marca do controle da vacinação da brucelose é feita a ferro quente, por uma determinação da legislação brasileira.
De lá pra cá, o movimento pelo bem estar animal e a redução da marca a fogo só cresceu.
A bandeira da redução desse tipo de identificação de bovinos ganhou as orientações e o apoio do professor Mateus Paranhos, da Unesp/Jaboticabal, também do Grupo de Estudos e Pesquisas em Etologia e Ecologia Animal (Etco), e com o patrocínio da JBS, Alflex, e MSD Saúde Animal.
Essas empresas de grande representatividade na pecuária bovina de corte brasileira lançaram, na safra 2020/2021, o projeto “Redução da Marca a Fogo”.
O projeto piloto envolveu quatro fazendas de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e São Paulo. Juntas, elas eliminaram mais de 65 mil marcações a fogo em seus manejos.
Brincos e bótons com chips eletrônicos
As vantagens dos brincos e bótons com chips eletrônicos é que a leitura é feita automaticamente e a ocorrência de erros é bem menor.
Nas avaliações de eficiência os dispositivos geraram menos de 1% de erro ou perda na identificação do gado.
+ Marca a fogo resulta em 18% os erros na identificação do gado