Manejo racional aumenta taxa de prenhez na IATF em quase 8%

Especialista explicou o conceito de saúde única e os resultados do manejo de baixo estresse preconizado pelo programa Criando Conexões, da MSD Saúde Animal

Nesta terça, dia 22, o Giro do Boi levou ao ar entrevista com o engenheiro agrônomo Antony Luenenberg, gerente técnico de bem-estar da MSD Saúde Animal. Durante sua participação, o especialista detalhou na prática como funciona e quais os benefícios da aplicação do conceito de saúde única dentro da porteira.

Em resumo, o conceito de saúde única envolve cuidados com o bem-estar animal, com os seres humanos e também com o meio ambiente. “Não adianta a gente pensar só nos animais. Mas a gente tem que pensar nas pessoas, na saúde das pessoas, na saúde dos animais, no meio ambiente, na água”, reforçou.

Nesse sentido, a empresa lançou em 2015, seu programa global Criando Conexões, que promove os conceitos de bem-estar e saúde única por meio da capacitação em manejo racional. Desde a sua criação, o programa capacitou no Brasil sete mil vaqueiros responsáveis pelo manejo de 5,5 milhões de cabeças.

RESULTADOS

Dessa forma, recentemente a empresa estabeleceu uma parceria com a USP para validar o impacto das técnicas que o Criando Conexões preconiza em seus treinamentos. As pesquisas indicaram que o manejo racional do programa reduziu em 41% a velocidade de fuga referente à aceleração das vacas após a conclusão da IATF. Além disso, reduziu em 43% a frequência dos chutes, o que reforça a segurança dos vaqueiros. Por último, uma redução de 50% da vocalização, índice que demonstra desconforto pelo animal. Em suma, as melhorias levaram a um aumento de 7,8% na taxa de prenhez quando comparado com um grupo de animais que passou pelo manejo tradicional.

Segundo o especialista, além da melhoria da sustentabilidade do sistema de produção como um todo, o pecuarista sente os benefícios no bolso. “A hora que a gente fala de práticas de manejo de baixo estresse, de bem-estar animal, o maior ganho está dentro da porteira. Diminuir perdas que sejam por lesões, por abscessos de reações vacinais ou outras perdas relacionadas ao manejo traz dinheiro para dentro da porteira. Acho que é o principal ponto para o pecuarista”, comentou Luenenberg.

CONFINAMENTO

Conforme lembrou o profissional, as capacitações do programa Criando Conexões tratam ainda da aclimatação, que nada mais é do que facilitar a adaptação de um grupo de animais a um novo ambiente. A princípio, a técnica é usada com mais frequência para a mudança do pasto para o confinamento.

Em síntese, quando os animais passam pela aclimatação, sua confiança no ambiente e nos seres humanos que fazem o manejo aumenta. Consequentemente, os bovinos, que na natureza são presas e tendem a esconder suas fraquezas, demonstram com mais evidência quando estão doentes. Em outras palavras, a adaptação ao novo ambiente viabiliza o diagnóstico precoce de doenças e reduz a mortalidade.

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Por exemplo, em alguns confinamentos que concluem o treinamento do Criando Conexões, a mortalidade caiu de 0,87% para 0,15%.

Segundo lembrou Antony, o programa tem hoje Brasil afora 50 técnicos capacitados para realizar os treinamentos. Para 2022, o objetivo é que outros 30 técnicos sejam integrados ao Criando Conexões.

+ Acesse aqui o site do programa Criando Conexões

Por fim, assista a entrevista completa com Antony Luenenberg:

Foto: Reprodução / Criando Conexões

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