O produtor Mosaniel Matos, com propriedade em Santana, na Bahia, fez seu dever de casa ao pedir uma análise de solo e agora quer uma ajuda para plantar o melhor capim, aquele mais indicado para a sua região, e também a melhor forma de corrigir o solo via adubação.
A ajuda veio do pecuarista e zootecnista Tiago Felipini, consultor especialista em nutrição na Alcance Planejamento Rural.
+ Acesse aqui a análise de solo enviada pelo produtor baiano
“O seu solo, pelas análises que você coletou e analisou, é um solo calcítico, mas ele é pobre em fósforo. Os níveis de fósforo são baixos e, com isso, se a gente não fizer uma adubação fosfatada, os resultados vão ser baixos. Nós precisamos adubar com fósforo para poder aumentar a produtividade da sua área, ou o suporte. Tem que fazer uma adubação de plantio para fechar mais rápido, estabelecer mais rápido o capim e assim ele vai te dar um suporte maior, tanto no primeiro como no segundo ano e daí em diante”, aconselhou.
+ Minha análise de solo indicou deficiências de calcário e fósforo. O que devo fazer?
Felipini também projetou a dosagem dos elementos a serem administrados no solo da propriedade em Santana-BA. “Você vai adubar com super simples, MAP ou então fosfato reativo. O fosfato reativo seria legal você usar uma dose um pouco maior porque ele é liberado lentamente. Mas vamos falar das doses: no supersimples você vai trabalhar com 350 kg por hectare, pode ser junto com a semente ou pode ser logo após a distribuição da semente no plantio. Se a pastagem for formada, pode jogar de cobertura, não precisa misturar esse adubo. Também não tem problema se chover. Pode jogar no seco, no pó, como vocês chamam, porque esse adubo não vai volatilizar e não vai ter perda, não vai ter lixiviação e o passarinho não vai comer. Você pode estar fazendo essa adubação antes das chuvas”, indicou.
+ Como aplicar fósforo na pastagem?
Felipini também fez suas considerações para que o produtor escolha o capim que vai formar sua pastagem. “Pelo seu clima, esse clima de Santana, que é perto de Bom Jesus da Lapa, eu recomendo a você trabalhar com dois tipos de forragem: ou Brachiaria decumbens ou capim Andropogon”, sugeriu.
O especialista justificou as escolhas. “Para plantar o capim Brachiaria decumbens, vai depender se você já tem uma grande quantidade dele na fazenda. Se você já tiver muita braquiária na sua fazenda, aí opte pelo Andropogon para poder ter um capim de verão, um capim mais agressivo. Logo na primavera, a saída dele é muito boa e também é um capim resistente à cigarrinha, por exemplo. A Decumbens já não é resistente”, ponderou.
De acordo com Felipini, a possibilidade de usar inseticida na pastagem pode ser fator decisivo na escolha da forrageira. “É interessante você analisar se você vai conseguir fazer aplicação de inseticida nesta área, porque provavelmente a gente vai ter ataque de cigarrinha. E o Andropogon não tem problema, ele é muito resistente devido às características morfológicas que ele tem no caule. Já a Decumbens é suscetível. Então a gente vai ter que fazer controle sempre que aparecer com um pulverizador, aplicando defensivo sobre a pastagem”, lembrou.
Se você tiver dúvidas a respeito de manejo de solo e/ou pastagens, envie sua pergunta para o especialista no link do Whatsapp do Giro do Boi, pelo número (11) 9 5637 6922 ou ainda pelo e-mail girodoboi@canalrural.com.br.
Pelo vídeo a seguir é possível assistir a resposta completa de Felipini ao produtor rural da Bahia: