SISTEMAS INTEGRADOS

ILP deposita 3 vezes mais carbono no solo do que sucessão de lavouras

A pastagem é o principal componente para esse incremento no solo. Confira os detalhes na entrevista com a engenheira agrônoma e doutora em agronomia, Beata Madari, pesquisadora da Embrapa Arroz e Feijão

A ILP, sigla para integração lavoura-pecuária, é mais benéfica para o solo, depositando três vezes mais a quantidade de carbono no solo em comparação à sucessão de lavouras como soja e milho. Assista ao vídeo abaixo e confira os detalhes dessa história.

A afirmação veio de um estudo da Embrapa Arroz e Feijão, localizada no município de Santo Antônio de Goiás (GO).

Quem deu detalhes sobre essa pesquisa foi a engenheira agrônoma e doutora em agronomia, Beata Madari, pesquisadora da unidade.

“Esse estudo reúne dados desde os anos 2000”, diz Madari.

Os resultados levam em conta a projeção estipulada do acúmulo de carbono para o perfil de solo até a profundidade de 30 centímetros.

O resultado é que os maiores valores de carbono acumulado foram para os sistemas em ILP, em plantio direto.

O depósito de carbono da ILP x sucessão de soja e milho

Bovinos em área de pasto de ILP. Foto: Divulgação
Bovinos em área de pasto de ILP. Foto: Divulgação

Os modelos de ILP avaliados na pesquisa apresentaram taxa de acúmulo de carbono no solo entre 0,60 e 0,90 tonelada por hectare ao ano.

Isso representa um aumento em mais de três vezes de carbono retido no solo, quando comparado aos mais altos desempenhos dos sistemas de sucessão entre soja e milho.

Isso porque o sistema de sucessão de soja e milho acumulou no solo uma média de 0,11 e 0,21 tonelada por hectare ao ano em plantio direto.

O efeito da pastagem para mais carbono no solo

Consórcio de milho com braquiária. Foto: Divulgação

Grande parte do resultado desse grande acúmulo de mais carbono no solo é explicado pela presença da braquiária, forrageira que apresenta forte enraizamento em profundidade no solo.

A pastagem também funciona como um importante componente para reciclar nutrientes, ajuda a aumentar o estoque de carbono no sistema pelo aporte de biomassa radicular e também aérea em sistemas de ILP.

Projeção e trabalho de simulação de retenção de carbono

Bovinos em área de pastagem. Foto: Reprodução

O resultado aponta para um incremento de carbono retido no solo em ILP, ao longo de 20 anos, projetados para o período entre 2019 e 2039.

O estudo valeu-se da série histórica de dados de plantio e manejo de área em ILP na Fazenda Capivara, pertencente à Embrapa e localizada também em Santo Antônio de Goiás (GO).

O banco de informações de manejo registrado desde 1990 abasteceu um modelo, conhecido por CQESTR, que simula o comportamento de carbono em solo de lavouras.

Este modelo é utilizado para projetar como diferentes práticas de manejo que afetam a dinâmica do carbono.

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