
Produtores devem redobrar os cuidados com o gado para evitar mortes causadas pelo frio extremo
Com a chegada da primeira onda de frio intenso do ano, produtores rurais de Mato Grosso do Sul devem ficar atentos: os termos podem chegar a zero grau em algumas regiões. E junto com a queda brusca de temperatura, volta o risco de hipotermia em bovinos, que já causou a morte de mais de 5 mil animais nos dois últimos anos no estado.
Segundo a Iagro, a Agência Estadual de Vigilância Sanitária Animal e Vegetal, a hipotermia é uma ameaça real, especialmente para animais debilitados ou mal alimentados. O órgão já registrou milhares de mortes em anos anteriores, o que reforça a necessidade de ações preventivas nas fazendas.
Casos de mortes por frio aumentam a cada ano
Em 2023, foram 2.725 bovinos mortos por hipotermia. No ano anterior, esse número passou de 3 mil animais em 14 municípios sul-mato-grossenses. A tendência de ondas de frio mais intensas exige que os pecuaristas se preparem com antecedência, especialmente aqueles com rebanhos a pasto e sem estrutura de abrigo.
O frio extremo compromete o metabolismo dos bovinos, que precisam gastar mais energia para manter a temperatura corporal. Animais fracos, jovens ou doentes são os mais afetados.
O que fazer para proteger o rebanho do frio
A Iagro recomenda três medidas principais para reduzir o risco de hipotermia no gado:
- Suplementação alimentar: garantir oferta suficiente de nutrientes ajuda os animais a manterem a temperatura corporal, especialmente durante o frio e em períodos secos.
- Abrigos ou áreas protegidas: oferecer proteção contra o vento e umidade reduz a perda de calor e evita choques térmicos.
- Acompanhamento veterinário constante: identificar animais com risco maior e agir preventivamente pode evitar grandes perdas.
Além disso, é essencial manter o calendário oficial de vacinação e os cuidados sanitários em dia, garantindo a imunidade e a resistência dos animais.
Hipotermia: o que é e como afeta o gado
A hipotermia acontece quando a temperatura corporal do animal cai abaixo do ideal por tempo prolongado. Sem energia suficiente, os bovinos entram em colapso metabólico. Os sinais clínicos incluem apatia, tremores, dificuldade para se levantar e, em casos extremos, morte súbita.
Animais subnutridos, em pastagens degradadas ou recém-desmamados são os mais suscetíveis. Por isso, o planejamento alimentar e a estrutura mínima de proteção são cruciais.
Cuidado redobrado nas próximas semanas
A onda de frio prevista para os próximos dias deve se estender até a primeira semana de junho. É o momento de agir rápido: avaliar as condições do rebanho, reforçar a nutrição e garantir abrigo para os mais sensíveis.
Prevenir é melhor (e mais barato) do que remediar. E neste caso, pode significar salvar dezenas ou centenas de vidas dentro da porteira.