A PROTAGONISTA

Gado dócil dá mais lucro! Bem-estar animal impulsiona os ganhos da fazenda

A veterinária Paola Rueda explica como práticas de manejo que garantem animais calmos podem aumentar até 23% a taxa de prenhez do rebanho. Assista ao vídeo

Gado dócil dá mais lucro! Bem-estar animal impulsiona os ganhos da fazenda
Gado dócil dá mais lucro! Bem-estar animal impulsiona os ganhos da fazenda

Ter um rebanho tranquilo não é apenas um benefício para a rotina da fazenda, mas um fator determinante para a lucratividade. Assista ao vídeo abaixo e entenda o porquê disso!

Quem reforça essa afirmação é a médica-veterinária e zootecnista Paola Rueda, destacada nesta quinta-feira, 1º de maio, em mais um episódio da série “A Protagonista”, quadro semanal do programa Giro do Boi que valoriza a presença feminina no agro.

Paola é reconhecida por seu empenho na promoção do bem-estar animal e boas práticas de manejo, destacando que o gado dócil dá mais lucro aos produtores.

Reprodução e animais com temperamento mais dócil

De acordo com estudos realizados pela especialista durante seu doutorado, animais com temperamento mais dócil podem apresentar taxas de prenhez até 23% maiores que os reativos, especialmente no protocolo de Inseminação Artificial em Tempo Fixo (IATF).

Segundo Paola, isso ocorre porque o estresse afeta diretamente os hormônios reprodutivos dos animais, reduzindo significativamente a eficiência na reprodução.

Como o comportamento do gado influencia a reprodução?

Paola esclarece que animais agitados liberam hormônios relacionados ao estresse, que interferem negativamente no ciclo reprodutivo.

Durante o manejo da IATF, os animais vão ao curral diversas vezes, aumentando a possibilidade de estresse se forem reativos.

“Essas idas constantes ao curral, necessárias para o protocolo reprodutivo, podem ser menos estressantes se houver uma estratégia adequada para garantir que os animais fiquem calmos”, explica Paola.

Para evitar quedas na taxa de prenhez, a especialista recomenda práticas que reduzam o estresse, como proporcionar uma boa condição corporal ao rebanho e realizar manejos bem planejados e executados por equipes treinadas.

“É um conjunto de fatores, não apenas a questão comportamental isolada, mas também nutrição, manejo adequado e treinamento da equipe que trabalha no curral”, reforça a veterinária.

Avaliação do temperamento através do score de tronco e velocidade de fuga

Duas ferramentas importantes para avaliar o temperamento dos bovinos, segundo Paola, são o score de tronco e a velocidade de fuga.

O escore de tronco mede visualmente o comportamento do animal dentro do tronco de contenção, avaliando a movimentação da cabeça, cauda e corpo. Já a velocidade de fuga registra a rapidez com que o animal deixa o tronco, indicando seu grau de reatividade.

“Animais que saem rapidamente do tronco ou demonstram grande agitação dentro dele tendem a ter taxas de prenhez menores. Isso acontece porque o estresse causado por esse comportamento afeta diretamente a eficiência reprodutiva”, afirma Paola.

Investir em técnicas que reduzam a reatividade desses animais é, portanto, essencial para aumentar a produtividade.

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Condicionamento positivo e habituação: estratégias eficazes para diminuir o estresse

Para garantir que os animais se mantenham tranquilos durante o manejo, Paola sugere duas técnicas: o condicionamento operante positivo e a habituação.

  • Condicionamento operante positivo: consiste em premiar o animal após o manejo no curral. Paola dá como exemplo oferecer pequenas quantidades de milho ou melado após a passagem pelo curral, criando uma associação positiva para o animal.

“É como levar uma criança para tomar vacina e dar um sorvete depois”, compara a especialista.

  • Habituação: é o método onde o animal passa repetidas vezes pelo curral sem que ocorra nenhum manejo negativo. Dessa forma, ele percebe que o local não oferece perigo, reduzindo gradativamente seu estresse.

“É como o gado próximo às estradas, que se acostuma rapidamente à passagem dos carros. No início, ficam assustados; depois, nem prestam mais atenção”, explica.

Essas estratégias, segundo a especialista, têm efeito direto nas taxas de prenhez da IATF, uma vez que animais habituados ou condicionados positivamente têm melhor aceitação do manejo frequente no curral.

Investimento em bem-estar animal gera lucro direto

Paola finaliza destacando que o investimento em bem-estar animal e manejo adequado não é um custo, mas uma estratégia eficiente para aumentar a lucratividade da fazenda.

“Animais calmos têm melhor condição de saúde, maior eficiência reprodutiva e, consequentemente, proporcionam maior retorno financeiro ao produtor rural”, conclui.

Garantir a tranquilidade do rebanho é investir diretamente em produtividade e rentabilidade, confirmando a máxima de que gado dócil dá mais lucro.

Com o quadro “A Protagonista”, o Giro do Boi segue dando voz a essas mulheres que movem a pecuária brasileira. Para se inteirar mais sobre as histórias inspiradoras clique aqui e acesse o site do projeto A Protagonista.

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