DICAS DO SCOTON

Confinamento próprio ou terceirizado: escolha depende da quantidade de cabeças

Essa decisão envolve diversos fatores que vão muito além do espaço físico para os animais. Assista ao vídeo

Confinamento próprio ou terceirizado: escolha depende da quantidade de cabeças
Confinamento próprio ou terceirizado: escolha depende da quantidade de cabeças

A decisão entre ter um confinamento próprio ou terceirizado é crucial para a rentabilidade da pecuária intensiva. Entenda os investimentos, a operacionalidade e a capacidade de compra que definem qual opção é mais lucrativa para sua fazenda. Quer saber qual modelo de confinamento é o mais adequado para você? Assista ao vídeo abaixo e confira as valiosas dicas!

Pecuaristas, a escolha entre construir seu próprio confinamento ou optar por uma parceria terceirizada (um “boitel“) é uma dúvida comum e muito importante para a lucratividade do seu negócio. Essa decisão envolve diversos fatores que vão muito além do espaço físico para os animais.

Nesta quinta-feira, 17 de julho, o zootecnista Maurício Scoton, professor da Universidade do Agro de Uberaba (Uniube), abordou essa questão no quadro “Dicas do Scoton” do programa Giro do Boi.

Ele trouxe seu ponto de vista, destacando os três pontos principais que o pecuarista deve considerar para tomar a melhor decisão. 

1. O peso do investimento inicial

Bovinos de corte em área de alimentação no cocho. Foto: Reprodução

O primeiro ponto a considerar é o investimento em estrutura. Montar um confinamento completo vai muito além de cercados e coxos. Inclui:

  • Estrutura hidráulica: Reservatórios e sistemas de água.
  • Galpões: Para armazenamento e fábrica de ração.
  • Fábrica de ração: Para preparo e mistura dos ingredientes.
  • Equipamentos: Máquinas mais caras e de maior capacidade para eficiência de mistura e qualidade da dieta.
  • Escritório e controle: Estrutura para gestão e softwares de monitoramento.

O custo de implantação pode variar de R$ 4.000 a R$ 8.000 por animal instalado. Esse é um valor elevado e o tempo de retorno desse investimento (payback) dependerá de quantos giros de animais você conseguirá fazer por ano.

Por isso, muitos confinamentos operam tanto na seca quanto nas águas para diluir esses custos fixos.

2. A complexidade da gestão operacional

Peão durante manejo de gado no curral. Foto: Reprodução

A operacionalidade é um diferencial enorme no confinamento. Maurício Scoton ressalta que confinamentos com a mesma dieta, mas com operacionalidade superior, podem ter um ganho de peso de 150 a 200 gramas a mais por dia.

Para ter sucesso, você precisa:

  • Equipe de trato qualificada: Profissionais treinados para realizar o processo de forma correta e precisa.
  • Gestão eficiente: O confinamento exige controle nos centavos, na “terceira casa depois da vírgula”. Não basta colocar o “melhor vaqueiro” no vagão forrageiro sem o treinamento adequado.
  • Operação 7 dias por semana: O confinamento não para. É uma operação contínua que exige uma equipe e gestão operacional muito bem estruturadas.
  • Controle e automação: Utilizar sistemas de automação, tags e chips para monitorar o fornecimento de alimento por lote e a qualidade da mistura. Isso aumenta a gestão e a eficiência da operação, resultando em mais lucro por arroba.

Formar uma equipe eficiente leva tempo, cerca de dois anos de treinamento. Menos do que isso, a equipe pode não ser tão produtiva.

3. Capacidade de compra e formulação da dieta

Detalhe da ração sendo distribuída no cocho do gado. Foto: Reprodução

A dieta é o principal componente do custo no confinamento, e a capacidade de compra de ingredientes impacta diretamente o resultado.

Para maior eficiência, é preciso trabalhar com vários tipos de ingredientes (ex: dois proteicos, três energéticos) para criar um “efeito associativo” nutricional que melhora o desempenho e reduz o custo da dieta.

No entanto:

  • Confinamentos pequenos: Têm mais dificuldade em comprar diferentes ingredientes em grande volume e manter o estoque sem precisar mudar a dieta constantemente, o que é prejudicial.
  • Poder de compra: Confinamentos maiores conseguem negociar melhores preços na compra de ingredientes, o que se traduz em menor custo da diária.

Muitas vezes, um confinamento pequeno pode ter um custo de diária semelhante ao de um boitel, mas com um resultado inferior devido à menor eficiência operacional e menor poder de compra.

Acompanhe todas as atualizações do site do Giro do Boi! Clique aqui e siga o Giro do Boi pela plataforma Google News. Ela te avisa quando tiver um conteúdo novo no portal. Acesse lá e fique sempre atualizado sobre tudo que você precisa saber sobre pecuária de corte!

Qual a melhor opção para você?

Pecuarista na lida com o gado. Foto: Wenderson Araujo/CNA

Maurício Scoton sugere que o tamanho mínimo ideal para se pensar em construir um confinamento próprio e ter lucratividade é para cerca de 2.500 animais.

Se você engorda 500, 1.000 ou até 100 bois por ano, sua melhor opção, sem dúvida, é um boitel. Ao escolher um boitel, procure por um que tenha:

  • Histórico de resultados comprovados.
  • Tecnologia embarcada.
  • Clareza nas informações e contas.
  • Valor da diária competitivo.

A pecuária exige contas na ponta do lápis e muita eficiência para garantir a lucratividade.

News Giro do Boi no Zap!

Quer receber o que foi destaque no Giro do Boi direto no seu WhatsApp? Clique aqui e entre na comunidade News do Giro do Boi.

Sair da versão mobile