No episódio inédito da série Embrapa em Ação exibido nesta sexta, dia 08, a médica veterinária, doutora pela Esalq/USP e pesquisadora da unidade Pecuária Sudeste Luciana Regitano falou sobre os estudos da instituição a respeito de genômica da raça Nelore. “Tornar a seleção dos animais mais eficaz, mais assertiva de tal forma que nós consigamos atingir os nossos objetivos mais rapidamente”, disse a médica veterinária sobre o objetivo da pesquisa.
A partir de 2007, a unidade, em parceria com outras instituições, produziu e acompanhou o desenvolvimento de 800 animais Nelore desde o ventre da mãe para análise de DNA e, posteriormente, estimar a herdabilidade de características relevantes para a produtividade e qualidade de carne. “Só que quando nós analisamos o DNA, nós começamos a olhar a região do genoma que fala ‘olha, isso é importante para a maciez de carne‘, não encontramos nenhum gen”, revelou a pesquisadora.
Foi então que a abordagem da pesquisa mudou e, conforme comparou Luciana, ao invés de buscar o inventário de livros da biblioteca, os pesquisadores passaram a perguntar quais livros estavam sendo lidos e o que determinava isto. “Nós analisamos 200 desses 800 animais pra ver que diferença fazia ser um animal com alta eficiência alimentar ou um animal com baixa eficiência alimentar, que gens são esses que eles estão lendo e nós identificamos neste processo centenas de gens para cada característica: para eficiência alimentar, para diversas características de qualidade de carne, incluindo perfil de ácidos graxos, perfil de minerais”, contou a doutora à equipe de reportagem do Giro do Boi.
“A grande lacuna são os fatores de regulação da expressão. Quando a pesquisa mapeia essas regiões, está mapeando elementos regulatórios do genoma que afetam muitos genes simultaneamente, por isso eles têm uma importância tão grande na variação do fenótipo, para saber se o animal é mais produtivo ou menos produtivo”, divulgou a Embrapa em comunicado sobre a pesquisa.
“Quando nós estimamos a herdabilidade, a maioria das características que nós estudamos tem herdabilidade razoável, quer dizer, elas são possíveis de serem melhoradas por seleção”, confirmou a pesquisadora. Segundo Regitano, a próxima etapa é fazer com que este conhecimento chegue ao produtor de forma prática para que os frutos sejam colhidos no campo. “Elementos para fazer a seleção genômica no Nelore nós temos”, concluiu.
Veja a reportagem completa pelo vídeo abaixo:
Foto: Ana Maio / Reprodução Embrapa