Nesta segunda, 19, o Giro do Boi apresentou os resultados de um estudo realizado pela Unesp de Botucatu-SP para avaliar a qualidade de carcaça e carne de garrotes da raça Gir castrados e terminados em confinamento com 97 dias de dieta intensiva. Quem apontou os detalhes foi o médico veterinário, mestre, doutor e pós-doutor em tecnologia dos alimentos, Roberto Roça, professor da própria Unesp. O estudo partiu de um pedido dos pecuaristas José Luiz Junqueira Barros e Antônio Braz Zanatta Junior.
Ao longo da terminação, os animais foram avaliados com ultrassom de carcaça e demais pesagens até o abate na unidade da JBS em Lins, no interior de São Paulo. O objetivo foi identificar um padrão que pudesse inserir o Gir como uma raça produtora de carne gourmet, explicou Roça.
Os parâmetros avaliados foram maciez, cor, composição química, perfil de ácidos graxos, minerais, área de olho de lombo, gordura subcutânea e nível de marmorização. “Foi muito interessante que o marmoreio, a marmorização, esteve em um nível extremamente bom. Fizemos com uma carne maturada com 14 dias e tivemos resultado bastante interessante. A carne ficou muito macia, marmorizada, com uma cor bem leve, um vermelho brilhante, que é desejado pelo consumidor”, descreveu o professor da Unesp.
Roça afirmou que a raça é uma alternativa interessante para ser usada como base da produção de carne de qualidade, assim como o Nelore, desde que bem trabalhado o melhoramento genético e o aspecto nutricional.
Roça acrescentou que 100% dos animais avaliados apresentaram acabamento de gordura entre mediana e uniforme, que é o padrão de exigência para a carcaça de bovinos que fornecem carne para marcas premium, e peso médio de 18,3@.
Roça afirmou que, além da genética e do confinamento, a castração foi primordial para atingir a qualidade que o estudo buscou detectar, ponderando que para este mercado premium não é o bastante produzir animais com boa musculosidade, mas também focar no aspecto qualitativo.
Mais do que a castração, as boas práticas no transporte também foram imprescindíveis para que o pH da carne não passasse de 5,8, adequado para este tipo de produto. Na logística dos animais até a indústria em Lins, a distância de deslocamento não passou dos 250 km.
Veja a entrevista completo com Roberto Roça e quais deve ser os próximos passos deste estudo pelo link abaixo: