Nesta segunda, 26, esteve no estúdio do Giro do Boi a zootecnista e consultora técnica do segmento corte da Alta Genetics, Fernanda Borges, que tratou da importância dos trabalhos voltados ao melhoramento genético por parte dos criadores. Por meio da seleção, reforçou a especialista, o pecuarista pode fazer seu rebanho avançar 50 anos no tempo, produzindo animais adequados às exigências atuais do mercado com alta produtividade.
Durante a entrevista, Fernanda falou da importância da medição do consumo alimentar para descobrir a eficiência de conversão dos animais, destacando que 60% a 70% do custo de produção diz respeito à nutrição, sendo o segundo maior custo do invernista, perdendo somente para a reposição. “Quando você tem um animal que ganha a mesma coisa, mas pode comer até 40% menos, o impacto financeiro econômico, o impacto no bolso do produtor, é muito grande, gigantesco. O animal que come menos a gente chama de eficiente, e já descobrimos cientificamente que esta característica é herdável, pode selecionar animais que ganham peso e ao mesmo tempo comem menos”, explicou.
A consultora comentou ainda que o criador não pode esperar somente resultados imediatos da genética. Em certos aspectos, como na formação de um plantel de matrizes, os resultados são colhidos após estas fêmeas entrarem na reprodução. “A gente tem a mania de pensar muito no agora, no curto prazo. Então a gente pensa às vezes ‘será que esse touro que eu comprei vai me dar um bezerro pesado, será que vou vender o filho dele no ano que vem, será que vai dar boi pesado, que vai dar farol verde 100%?’. Mas a gente esquece do principal, que é a fêmea que este touro vai deixar nesta fazenda”, ponderou.
Borges falou ainda sobre o potencial do impacto da fertilização in vitro em um criatório. “A FIV é uma ferramenta sensacional para o ganho genético rápido. Acho que a FIV, o programa de embriões, de prenhezes, vem para acelerar muito o ganho genético. Então aquele pequeno criador, o médio, que às vezes quer ter um ganho, uma evolução genética rápida, não tem uma maneira melhor melhor que a FIV”, declarou.
A zootecnista usou como exemplo um experimento feito em uma fazenda localizada em Prata, no estado de Minas Gerais, em que animais frutos da FIV pesaram à desmama, em média, 70 kg a mais do que os bezerros da IATF. “A diferença de peso de um lote de um curral pro outro foi de 70 kg. Os bezerros de embriões FIV foram 70 kg mais pesados do que aqueles bezerros frutos de inseminação. Isso no mesmo ambiente, na mesma fazenda, só a diferença era a genética da vaca. Ou seja, aquele criador ali, ele ganhou 50 anos, ele saiu 50 anos na frente com aquele lote de bezerros de FIV. Então a FIV é uma ferramenta sensacional pra quem quer ter uma evolução uma genética rápida e multiplicar aquilo que já foi identificado como melhorador”
Veja a entrevista completa com Fernanda Borges pelo vídeo que segue:
Mais informações sobre o assunto pode ser direcionada à consultora pelo e-mail ciclorural@gmail.com.