Em entrevista ao Giro do Boi desta quinta, 22, o consultor Rodrigo Albuquerque, editor do Notícias do Front, repercutiu pesquisa feita por ele para apontar cenário e tendências para a terminação em confinamento em 2018. O levantamento foi feito entre 15 e 24 de fevereiro deste ano, tendo obtido 125 respostas de pecuaristas responsáveis por um rebanho de quase 1,5 milhão de cabeças e com a intenção é engordar em cocho 546 mil animais.
“A ideia foi entender melhor o processo decisório do confinamento porque isso é bom pra todo mundo, desde o confinador até industria. Uma das perguntas responde ao questionamento sobre quando o pecuarista toma a decisão de confinar. 60% dos pecuaristas disseram que tomam a decisão entre janeiro e abril, principalmente neste mês de março, que é o mais citado como mês mais importante dessa tomada de decisão”, adiantou Albuquerque.
Em entrevista, o analista aprovou ainda o fato de o giro do confinamento ser cada vez mais contínuo, sem distinções fortes entre safra, entressafra, primeiro e segundo giros. Albuquerque disse ao apresentador Mauro Sérgio Ortega que a mudança é bem vinda, pois ajuda na diluição de custos do pecuarista. “A gente não conhece nenhum setor da economia em que a fábrica funciona um período do ano”, comparou.
Além deste benefício, o consultor listou ainda como consequência positiva o “pinga pinga” de dinheiro ao longo do ano em todos os meses e a regularidade de fornecimento para a indústria. “E isso vai chegar ao consumidor. É bom pra cadeia como um todo, não só para o pecuarista”, aprovou. “Eu diria o seguinte ao amigo pecuarista que está nos escutando, se eu pudesse resumir uma só frase: reduza a sua ociosidade em qualquer coisa, em uso de máquina, instalações, confinamento, recursos de pasto. Essa frase foi falada pelo Maurício (Palma Nogueira) no Rally da Pecuária do ano passado. Ociosidade é o que a gente tem que combater”, acrescentou.
Mas a intensificação deve vir junto do uso de ferramentas de gestão de riscos. Rodrigo Albuquerque também lançou dicas ao pecuarista que está começando a trabalhar com esta situação. “Se o sujeito está começando hoje esse trabalho e fizer o básico da gestão de risco de pelo menos dois fatores, que é fazer seguro do preço do boi, e do preço do milho para quem tem sistemas intensivos, na minha experiência com clientes, ele pode capturar de R$ 2,50 a R$ 10,00 a mais por arroba”, calculou.
Veja na íntegra a entrevista de Rodrigo Albuquerque ao Giro do Boi desta quinta, 22.