Fazenda sai do vermelho com ajuda de manejo racional e bem-estar animal em MS

Propriedade em Coxim-MS transformou sua história melhorando a gestão e as práticas de manejo e bem-estar, tornando-se referência no programa Fazenda Nota 10

Nesta quinta, dia 17, o Giro do Boi levou ao ar entrevistas com a médica veterinária, pesquisadora associada ao grupo Etco e co-fundadora da BE.Animal Janaína Braga e com o pecuarista Túlio Ibanez Nunes, gestor da Rio Corrente Agropastoril em Coxim-MS. Em foco, os impactos da mentoria de manejo racional e bem-estar animal do programa Fazenda Nota 10 na propriedade de ciclo completo na “terra do pé de Cedro”.

Conforme revelou Janaína, a mentoria em manejo racional e bem-estar animal às propriedades integrantes do Fazenda Nota 10 vem em forma de questionário. O formulário contém questões simples de múltipla escolha e o próprio pecuarista responde. Finalmente, os consultores de bem-estar do programa retornam com um diagnóstico sobre o trabalho das fazendas.

BEM NA FOTO

Nesse sentido, a Rio Corrente Agropastoril é um dos destaques do programa, marcando 82 pontos em 100 na área de manejo racional e bem-estar animal. Conforme registrou Nunes, a preocupação vem da família. Juntamente com o bom desempenho no diagnóstico do Fazenda Nota 10, a propriedade foi uma das primeiras quatro participantes no projeto de redução do uso da marca a fogo.

“Primeiramente tem que ter essa questão do diagnóstico. Tem que ver como está, quantidade de marcas, etc. Então a gente tinha sete marcas nas fêmeas, principalmente. A marca da fazenda, da vacinação da brucelose e cinco dígitos de identificação do número da matriz. Dessas sete marcações, caíram para duas. A brucelose, que é obrigatória, e a marca da fazenda, que inclusive a gente fazia na anca. Agora, está fazendo na perna para aproveitar melhor o couro. Do mesmo modo, os cinco dígitos de identificação da matriz, a gente sumiu e agora é identificado no botton e no brinco”, apontou Túlio.

Contudo, nem sempre foi assim. Em outra entrevista ao Giro do Boi, o pecuarista lembrou que a fazenda já esteve no vermelho. Pelo Fazenda Nota 10, a propriedade encontrou o caminho para a lucratividade. Relembre pelos links a seguir:

Fazenda em MS melhora gestão, sai do prejuízo e projeta faturar até 18% sobre o rebanho

+ Na terra do pé de Cedro, fazenda corta “hora extra” do boi e margem sobe para 39%

NOVAS TECNOLOGIAS

Em seguida, Janaína Braga comentou os benefícios da redução do uso da marca a fogo dentro das áreas de manejo racional e bem-estar animal. “A gente já tem tantos métodos que podem substituir. Eles são menos dolorosos e vão oferecer muito mais controle. Então a gente tem sempre que incentivar esse tipo de ação e parabenizar as entidades que tomam a frente, que assumem essa posição progressista para fazer essas mudanças”, aprovou.

Em outras palavras, Janaína estava comentando a ação do governo do Rio Grande do Sul. O estado solicitou ao Mapa a mudança da marca a fogo para informar a vacinação contra brucelose também para a gestão via brincos.

+ “Avanço enorme”, disse pecuarista que substituiu marca a fogo por bottons coloridos

PRINCIPAIS PRÁTICAS

Logo depois, Túlio listou as demais práticas de manejo racional e bem-estar animal que a Rio Corrente Agropastoril implementou em meio à sua evolução. “A gente procurou também fazer todo o manejo de forma tranquila, não ter aquela correria no curral, um monte de gente brigando e gritando. […] Depois disso, a gente deixa o gado bem mais calmo, mais tranquilo. Isso evita acidente. O próprio animal, na hora de um embarque ao frigorífico, por exemplo, não sai se debatendo. Dessa forma, a gente não perde rendimento de carne”, acrescentou o pecuarista.

Nesse meio tempo, a Rio Corrente Agropastoril também construiu um confinamento para acelerar a engorda do gado. Na engorda intensiva, o manejo racional e bem-estar animal também desempenham papel relevante. “Tem práticas também de melhoria, de bem-estar em confinamento, questão de sombreamento. Isso é um assunto que permeia desde o nascimento do animal até o abate. Vai por toda a vida do animal na fazenda”, sustentou.

Janaína lembrou o quanto pode impactar a redução da perda de rendimento de carcaça por lesão e, ao mesmo tempo, o quão pouco custa implementar as mudanças. “A gente muda isso mudando a atitude. Como a gente lida com esses animais, qual é o custo disso, de mudar atitude? Baixíssimo. Ou zero”, salientou.

Em conclusão, Janaína relacionou o manejo racional e bem-estar animal com o resultado da fazenda e com sua ética. “Tem muita relação com o bem-estar das pessoas, com a segurança no trabalho, com a produtividade e rentabilidade. Quando a gente amarra tudo isso, a gente tem um modelo de negócio muito interessante”, finalizou.

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Por fim, assista as entrevistas na íntegra:

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