Fazenda de SP cria “linha de montagem do boi” combinando gestão e tecnologia

Com sistema exclusivo de recria, propriedade reduz pela metade o período de adaptação dos animais destinados à engorda em confinamento

Nesta segunda, 11, o Giro do Boi exibiu mais uma reportagem da minissérie especial gravada na Agropastoril Paschoal Campanelli, grupo do interior de São Paulo referência em gestão e produtividade na pecuária de corte. Após contar em detalhes a história da empresa familiar, desta vez o foco esteve na verdadeira “linha de montagem” criada para padronizar a passagem dos animais de compra pelas etapas de produção.

Relembre pelo link abaixo a história da Agropastoril Paschoal Campanelli:
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O trabalho começa com rigorosos critérios de seleção da reposição. Uma equipe exclusiva composta por três profissionais se dedica a esta etapa da compra e prioriza a aquisição de animais jovens, com boa conformação de carcaça e bons aprumos para que desempenhem bem logo na primeira parte da ‘linha de montagem’, a recria a pasto. Para esta fase são destinados os indivíduos que chegam à Fazenda Primavera, na região de Araçatuba-SP, com pouco mais de 250 kg e recebem protocolo sanitário que protege os bois de pneumonias e verminoses.

Após alcançarem peso próximo de 300 kg, os animais liberam as pastagens para mais lotes de reposição e seguem para a próxima etapa, o pré-confinamento. Nesta fase, os bovinos começam a adaptar o rúmen para a dieta intensiva e também criam hábitos voltados para o período de confinamento, como o deslocamento até o cocho.

Além de gestão rigorosa, o uso de tecnologia nesta etapa impressiona. Nas cercas, dispositivos eletrônicos instalados se comunicam com o vagão distribuidor, que abastece os cochos conforme os avisos, liberando a quantidade de ração na medida precisa, conforme o planejamento nutricional. O desempenho de cada um dos animais, identificados individualmente, é mensurado por programas de computador.

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Todo o esforço vale a pena. Ao atingirem peso próximo dos 450 kg, os animais são destinados à propriedade específica de terminação. Segundo a zootecnista da empresa, Marina Daciê, o período de adaptação dos lotes que passaram pelo pré-confinamento é reduzido até pela metade na comparação com os demais. “A parte do trato intestinal deles e tudo mais já está tudo bem adaptado para a dieta que vão receber lá no confinamento. […] Um animal que chega direto de compra fica 15 a 20 dias lá (adaptação), um pouco mais ou um pouco menos. E os animais que saem daqui ficam de 7 a 10 dias”, confirmou Daciê.

O trabalho bem sincronizado, como um relógio, estabelece um padrão para os animais, que são terminados sempre antes dos 30 meses com 20@ de peso médio, vencendo o desafio do grupo de produzir quantidade com qualidade e constância, durante o ano inteiro.

Veja a reportagem completa pelo vídeo abaixo:

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