De produtor de laranja no interior de São Paulo, ele mudou para São José dos Quatro Marcos, no Mato Grosso em 2004. Nesta quarta, 16, o Giro do Boi exibiu novamente reportagem da Rota do Boi que contou a história do pecuarista Adenílson Franco, titular da Fazenda Três Irmãos.
Segundo o próprio Adenílson, quando visitou o local, sentiu uma espécie de “paixão à primeira vista” pelo Mato Grosso. “Eu sempre tive vontade de morar aqui. A primeira vez que eu vim para cá eu já tive vontade de morar. Hoje eu estou com minha mulher, tenho meus três filhos, nós nos damos muito bem, nós nos combinamos muito bem, estamos bem estruturados e somos uma família bem unida. Somos muito felizes!”, celebrou o produtor.
Na fazenda, as pastagens de capim Mombaça respondem bem à adubação e, usadas no sistema de semiconfinamento, viabilizam uma lotação de 2 UA/ha em que os bois castrados apresentam ganho de 1 kg por dia na recria e pico de 1,4 kg ao dia na terminação, alcançando o padrão de acabamento desejável pelo produtor, indústria e, mais importante, pelo consumidor.
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“Você vê que o boi inteiro tem aquele problema das peladeiras no pasto, aquelas manchas, tem boi quebrado, tem cerca quebrada, cocho quebrado, a casinha de cocho não fica de pé, eles quebram tudo. Eles se juntam nos cantos acabam com tudo. É uma situação que a gente não consegue sempre lidar, então a gente é acostumado com o boi castrado e a já não consegue ter essa relação com o boi inteiro. A gente sempre teve e provavelmente sempre vai continuar com o boi castrado”, projetou Adenílson.
Além do manejo mais fácil, o produtor ressaltou também a qualidade da carne do boi castrado. “A qualidade a gente vê no produto. Quando vai assistir abate, a gente vê boi inteiro passando no frigorífico e é uma coisa, e você vê o boi castrado e é outra mercadoria. É algo que agrega valor para todo mundo. A gente tem também mais alguma oportunidade em negociação, o frigorífico tem vantagem na carne, na comercialização da carne, então tem tudo isso. Aí entra o giro do pecuarista com a indústria, e ainda vai cair no final da cadeia produtiva, que é o consumidor. Tem que ter esta parceria, um ajudando o outro, um fazendo para o outro. Sem a gente, a indústria não vive. A gente também não vive sem a indústria, então um precisa favorecer o outro e tentar sempre fazer isso”, comentou.
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O produtor inclusive já busca transmitir seus valores como pai e como pecuarista para seus três filhos. “Eu gosto demais daqui, de mexer com boi a cavalo, a trator. É gostoso mexer com gado, principalmente. Ficamos juntos os dois, sabemos mexer bem em dupla. A gente gosta mais quando está com gado”, destacou Fabrício Franco, o único e homem e mais velhos dos filhos de Adenílson com sua esposa Marcela.
“Para mim, é muito companheiro, ele ajuda muito, já está sabendo de bastante coisa, já está me favorecendo muito e está tomando conta de algumas coisas. Eu faço uma parte, ele faz outra. Então está aprendendo. A gente nunca sabe tudo, vamos morrer sem saber tudo, mas eu espero tentar ensinar para eles também, como meu pai fez comigo e ensinou o que podia”, valorizou Adenílson.
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Relembre a reportagem da Rota do Boi no vídeo a seguir: