Ex-piloto trocou o céu pelo campo e construiu fazendas de sucesso em Rondônia

Conheça a história de Beto Piloto, que trocou sua terra natal em SC e a antiga profissão pela vida no campo, criando bois, carneiros e cavalos na Fazenda Dona Zulma, em RO

Beto Piloto nasceu para voar. Seja voar alto, nos céus, com os aviões que pilotou enquanto atuava na sua ex-profissão, seja voar baixo como condutor da Fazenda Dona Zulma, em Alta Floresta D’Oeste-RO, que formou em 1979, alguns anos depois que deixou sua terra natal, Campo Belo do Sul-SC.

Na propriedade, o trabalho é caprichado e detalhado, assim como o painel das aeronaves que costumava conduzir. Prova disso é que as pastagens, formadas com MG5 e Braquiarão, foram tão bem manejadas ao longo de décadas que alguns piquetes nem precisaram de reforma desde a sua formação, em 1982. Nesta sexta-feira, 25, a história Pedro, o próprio “Beto Piloto”, foi destaque no quadro Giro pelo Brasil.

“Eu fui até a Fazenda Dona Zulma, que fica no município de Alta Floresta d’Oeste, acompanhar o embarque de 108 bois do senhor Pedro Roberto Neves Furtado para o Friboi de Pimenta Bueno. Após o embarque, fomos conhecer a fazenda e a história do seo Pedro, que tem apelido de Beto Piloto. A maioria das pessoas conhece assim. Ele tem esse apelido, lógico, porque era piloto de avião. Seo Pedro é natural de Campo Belo do Sul, Santa Catarina, tem 72 anos, é muito ativo. Em 1974 seo Pedro veio para Rondônia, em 1979, com a condição de piloto de avião, adquiriu a fazenda. Tem até foto do recibo da compra da fazenda. Após comprar a fazenda, o seo Pedro foi colocando as vacas e multiplicando o rebanho. Hoje a fazenda possui repartições com mais de 60 pastos formados com MG5 e Braquiarão e tem pastos da fazenda formados desde 1982. Andando com o Seo Pedro, ele contou que tem pastagens que estão lá até hoje e de forma produtiva!”, detalhou o originador do escritório da Friboi em Rolim de Moura, Matheus Roz.

Atualmente a Fazenda Dona Zulma, uma homenagem de Beto Piloto à sua mãe, tem cerca de 60 pastos de 15 a 20 alqueires cada, que servem para criar bovinos e ovinos. Apaixonado também pelos cavalos, o produtor acabou formando em Cacoal-RO uma cabanha para os equinos da raça Crioulo.

Orgulhoso de sua história, o produtor exibe com carinho suas recordações, como as fotos de seus já falecidos pais (Fúlvio e Zulma), o recibo de compra da fazenda, um relógio antigo, que no alto de seus mais de 200 anos de fabricação ainda está em pleno funcionamento (foto abaixo), a cabeçada para cavalo que seu pai lhe deu de presente há mais de 70 anos, uma imagem de Nossa Senhora Aparecida que ganhou há mais de 60 anos de sua mãe no dia de seu casamento com sua esposa, Maria Furtado, além de pedras usadas pelos indígenas que habitavam a região, algumas armas históricas, os prêmios recebidos com seus animais, todos objetos que transformam um dos cômodos da fazenda em Alta Floresta D’Oeste-RO em um verdadeiro museu.

Beto Piloto exibe relógio com dois séculos de idade e pleno em funcionamento no seu museu particular.

Belo Piloto com os netos no museu da Fazenda Dona Zulma.

Além da destreza como piloto de avião e gestor de fazenda, o pecuarista mostra habilidades também como artesão – fez um pelego para arreio que demorou mais de três anos para ficar pronto, sendo fabricado fio a fio (primeira foto em destaque acima).

Apaixonado pela vida no campo, Beto Piloto já compartilha seu valores com as próximas gerações, sua filhas Tânia, Tônia e Tatiana, e seus netos Maria Clara, Catarina, Pedro Neto e Fúlvio. Ao visitar a fazenda para acompanhar embarque de uma boiada gorda da fazenda para abate, Matheus Roz já observou, por exemplo, que os netos do pecuarista acompanharam a lida.

“O seo Pedro ficou muito satisfeito com a boiada e eu fiquei muito satisfeito em conhecer a fazenda, em conhecer a história. Para a gente que gosta e é fanático por essas histórias, lá tem história para contar e para ver. Foi muito bom, muito gratificante”, celebrou Roz.

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