Estou certo ao usar Nelore com Nelore para fazer base e Brangus nas F1?

Zootecnista disse que criador goiano está no caminho certo, mas sugeriu pequenas alterações no cruzamento para melhorar ainda mais o desfrute do rebanho

O criador Renato Martoni, de Cachoeira Alta, em Goiás, disse que tem vacas zebuínas (Nelore e Guzonel) e F1 (Angus, Simental, Brangus e até mestiças de leite). Sobre essas matrizes, ele está usando genética Nelore e Brangus na inseminação. “Estou no caminho certo usando Nelore com Nelore para fazer base e Brangus nas F1?”, perguntou ao Giro do Boi.

Nesta quarta, 27, em edição do quadro Giro do Boi Responde, o zootecnista Alexandre Zadra, que é especialista em cruzamento industrial, supervisor regional comercial da Genex para os estados do Acre, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e Rondônia e ainda autor do blog Crossbreeding, atendeu o criador de Goiás.

À primeira vista, o zootecnista aprovou as escolhas de Renato. “Quando você pergunta se está no caminho certo ao usar Nelore sobre Nelore no seu rebanho e nas F1 Simental x Nelore ou Angus x Nelore utilizar o Brangus, você está correto. Siga essa linha”, confirmou.

Logo depois, o zootecnista ponderou que a escolha é certa mesmo com o clima desafiador. “Mesmo fazendo muito calor em Goiás, no primeiro verão esse tricross de Brangus ou de bimestiços nas F1, que dá um pelo ao nascimento, já perde um pouco de pelo. Principalmente se estiver bem alimentado, ele perde o pelo”, justificou. “Então esse tricross de Brangus em F1 é de muito boa qualidade”, reforçou.

RAINHA DA PECUÁRIA

Contudo, Zadra acrescentou uma ressalva nas intenções do criador. “Se eu fosse você, eu utilizaria um pouco também de Angus ou de Black Simental numa parte das suas zebuínas, sejam Nelore ou Guzonel, para fazer a reposição de F1. Isso porque essa F1 entra no cio muito cedo e ela é o grande trunfo da pecuária moderna hoje”, destacou.

Em outras palavras, Zadra explicou porque o pecuarista deve apostar na F1 Angus x Nelore. “A F1 Angus, eu a apelidei de Rainha da Pecuária porque tanto ela faz carne de qualidade para o consumidor mais exigente e para os frigoríficos que têm carne premium. Elas podem ser abatidas depois de uma cria ainda com um preço excepcional, um preço muito bom, diferenciado de fêmea. Depois de uma cria, essa F1 recebe preço de macho”, comentou.

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Enfim, Zadra resumiu suas sugestões ao criador goiano. “Então eu aproveitaria e utilizaria Angus ou Black Simental sobre uma parte das suas zebuínas. Eu tiraria, no mínimo, uma cria, até duas, para que elas fiquem bem pesadas para o abate. E aí você faria o tricross, seja com Brangus, seja com outro bimestiço, ok? Você vai ter um ótimo resultado”, concluiu.

Qual é a sua dúvida sobre cruzamento para gado de corte? Envie para o programa no link do Whatsapp do Giro do Boi, pelo número (11) 9 5637 6922 ou ainda pelo e-mail girodoboi@canalrural.com.br.

A resposta completa de Alexandre Zadra pode ser vista clicando no player abaixo:

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