Estação de monta: veja os pilares para o sucesso do manejo reprodutivo

Veterinário analisou aspectos que garantem sucesso da estação de monta: formação de lotes, manejo calmo, descongelamento do sêmen, alinhamento da equipe, entre outros

Ao Giro do Boi desta terça, 23, o veterinário José Fachin, promotor técnico da Globalgen, disse em suma quais os pilares para uma boa estação de monta.

Segundo o especialista, a estação de monta é o momento mais importante para a pecuária de cria. “É um momento decisivo na atividade de cria, tanto financeira quanto produtivamente. A grande maioria das fazendas que hoje já trabalham com estação de monta definida sabem da real importância da técnica”, opinou Fachin.

Em síntese, o consultor listou os benefícios da estação de monta. “As fazendas de cria sabem dessa (vantagem da) concentração de manejo, dessa busca pelo bezerro do cedo, […] oriundo de uma IATF bem feita, com estação de monta definida”, comentou.

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Todavia, ainda que as vantagens da estação de monta sejam reconhecidas, ainda há espaço para que os índices reprodutivos no Brasil sejam melhores. “Atualmente no Brasil nós temos uma média de fertilidade de 60% a 70% do rebanho que é exposto às biotecnologias de IA ou IATF. Não é um índice ruim, mas a gente sempre quer estar buscando a melhora desse índice. E não só para deixar mais bezerro na propriedade, mas também para ajudar na reposição dessas matrizes futuramente”, salientou.

Em seguida, o técnico analisou cada um dos pilares para uma boa estação de monta: rebanho, mão de obra, protocolo e sêmen.

PILARES DA ESTAÇÃO DE MONTA

Nesse sentido, Fachin disse que o alinhamento com a equipe essencial porque na IATF a disciplina com técnicas e horários faz a diferença no resultado. “A IATF tem que seguir horários. Você começou o D0 às 8h da manhã, então tem que fazer a retirada no D7 ou D8 e também respeitar o mesmo horário”, sustentou.

Conforme indicou o especialista, o pecuarista deve, se possível, deixar escrito cada um dos manejos num calendário as atividades de fácil visibilidade.

Acima de tudo, para Fachin os manejos da estação de monta devem ser calmos. Dados de um experimento na estação 2014/15 em uma fazenda em Goiás mostraram a importância das boas práticas e a correlação da taxa de prenhez com a saída do brete (veja abaixo). “A gente vê aí uma queda na porcentagem de prenhez conforme o manejo do animal ocorre com mais rapidez. Se a vaca sai andando, correndo ou marchando do brete, a gente vê uma queda na porcentagem de prenhez”, alertou.

estação de monta relação saída do brete taxa de prenhez

REBANHO

Juntamente com as boas práticas na estação de monta, Fachin ressaltou a importância da boa apartação de lotes. “Cada categoria tem a sua exigência fisiológica, então cada protocolo vai se organizar de acordo com cada categoria”, justificou.

SÊMEN

Depois disso, o veterinário comentou a respeito do cuidado com o sêmen, sobretudo no descongelamento. “A gente vê que do modo convencional, descongelando dez palhetas por vez, é bem pior do que o descongelamento pausado. A gente indica […] descongelar até cinco palhetas, no máximo, […] para ter uma expectativa boa de prenhez. Se o sêmen ficar mais tempo na água descongelando, isso vai prejudicar a viabilidade”, advertiu.

NUTRIÇÃO E ESCORE CORPORAL

Em resuma, Fachin falou ainda respeito da importância da nutrição e do escore corporal para o sucesso da estação de monta. “Eu costumo dizer nos treinamentos que a gente dá na fazenda que o cio entra pela boca. […] A vaca precisa ter um escore de condição corporal adequado, sempre em torno de 2,75, 3 ou 3,5, que seriam escores de condição corporal adequados. […] Então tendo boia, a gente consegue ter bons resultados”, assegurou.

Além disso, Fachin citou a relevância do bom calendário sanitário e aplicação de vacinas reprodutivas.

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Agora, passando por esta estação de monta, o consultor sugeriu que o criador já possa planejar a seguinte. “Com formação dos lotes, […] obedecendo cada categoria, […] a conversa com cada membro da equipe, o que cada um vai fazer. Com a organização dos materiais, do sêmen, organização dos equipamentos a serem utilizados, a assepsia, a limpeza. Esse planejamento e organização são muito importantes para ter um bom resultado”, sustentou.

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Manejo sem estresse garante maior taxa prenhez.

DURAÇÃO DA ESTAÇÃO DE MONTA

O especialista respondeu dúvida de um telespectador que perguntou a respeito da duração da estação de monta. Primordialmente, o veterinário indicou que seja uma estação curta. “A média hoje da estação de monta no Brasil varia em torno de 120 dias, um pouco menos. Porém a gente sabe que quanto mais você encurtar essa estação, melhor vai ser a sua lucratividade ao final”, elucidou.

Fachin justificou a resposta. “Mais bezerros do cedo, mais vacas parindo mais cedo, desmamando crias mais pesadas. Enfim, toda aquela história, aquela cartilha de um bom resultado, de um bom retorno financeiro em que o pecuarista sabe. Então quanto mais eu reduzir esta estação, para 90 dias, por exemplo, ou um pouco menos, com certeza vai ter melhor resultado”, confirmou.

DISTOCIA – PROBLEMAS DE PARTO

Por último, Fachin atendeu um telespectador que perguntou a respeito de problemas de parto (distocia) na IATF. “Não teria problema na novilha, caso você escolha touros com a DEP de peso ao nascer baixo. […] Essa novilha está em fase de crescimento, tem um pouco ainda em desenvolvimento da sua estrutura reprodutiva. Então para ter bezerros nascendo mais leves para evitar distocia no parto, procure touros que tenham (DEP) para bezerros que nascem mais leves”, orientou.

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Assista a entrevista completa sobre os pilares de uma estação de monta de sucesso no video abaixo:

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