Um mal microscópio pode levar o boi à morte em até 24 horas. Este é o fim dos animais que são infectados pelo gênero de bactérias chamadas tecnicamente de Clostridium sp. Elas causam um grupo de doenças conhecidas por clostridioses.
“Essas bactérias aprenderam a sobreviver no solo, por décadas, através de esporos que elas liberam. A infecção acontece pela ingestão desse esporo, ou ainda por uma pequena ferida. Pode ser um furo de agulha que tenha esse esporo”, diz o médico veterinário João Drumond, gerente técnico da unidade de Ruminantes da MSD Saúde Animal.
O especialista foi o entrevistado do programa Giro do Boi, desta sexta-feira. Este grupo de doenças é muito grave. A estimativa é que cerca de 400 mil animais morram por ano por causa das clostridioses. O dado é do Sindicato Nacional das Indústria de Produtos para a Saúde Animal (Sindan).
Existem ao redor de 100 espécies de Clostridium sp distribuídas em áreas geográficas distintas, segundo a Embrapa. Muitas dessas bactérias são constituintes da microbiota intestinal dos animais e humanos.
Principais doenças
Entre as principais doenças causadas pelo gênero dessas bactérias Clostridium estão o botulismo, o mal-de-ano e a enterotoxemia.
“A principal caraterística dessas doenças é o impacto financeiro. As doenças são de alta mortalidade. Quando infectado, e sem o tratamento preventivo, a maioria dos animais vão a óbito. A estimativa é de uma morte dentro de 12 a 24 horas”, diz Drumond.
Vacinação é a saída
Prevenção é a única saída para o pecuarista livrar o seu rebanho deste mal. Dentro desse manejo estão a adoção de boas práticas agropecuárias e a vacinação.
Entre as boas práticas, destacam-se um fornecimento de silagem e água de boa qualidade e a preocupação de retirar todo animal morto da propriedade.
Os animais devem ser vacinados aos quatro meses de idade, se a mãe deles já for vacinada. Caso contrário, se for desconhecida a vacinação da matriz, a vacinação pode ser feita antes disso.
No entanto, o mais importante é a aplicação de uma segunda dose, quatro a seis semanas depois da primeira dose. “Esta segunda dose no tempo correto é fundamental para ter a melhor resposta vacinal do gado”, diz Drumond.
Confira a entrevista na íntegra no vídeo abaixo: