O Giro do Boi exibiu nesta quarta, dia 13, vídeo enviado especialmente pelo agrônomo, engenheiro florestal, mestre e doutor em ciências do solo Valter Casarin, professor, coordenador científico da empresa “Nutrientes Para a Vida” e sócio-diretor da Fertilitá Consultoria Agronômica.
O especialista reuniu dicas para o pecuarista dar uma mãozinha para as plantas, como a própria pastagem, na hora de driblar a falta de água que ainda impacta boa parte das fazendas do Brasil Central. “É uma crise que não está afetando só a nós, mas que afeta também a vida de uma planta”, alertou.
“80 a 90% da constituição de uma planta é água. E uma planta, quando está numa condição de estresse hídrico, a primeira coisa que faz é fechar os seus poros, fechar os estômatos, de maneira que não vai entrar CO2. Não entrando CO2, a planta não está recebendo a matéria prima para produzir o seu próprio alimento, que se faz através da fotossíntese”, detalhou.
“É nesse processo que a planta produz o açúcar, que é energia para ela produzir raiz, para ela produzir caule, folha, grãos e frutos. Então a planta deixa de ser produtiva”, explicou o doutor em ciências do solo.
Depois de dizer os motivos da queda da produtividade com a falta de água, Casarin lançou uma série de dicas para o pecuaristas amenizar os efeitos da seca:
IRRIGAÇÃO
“Existem alguns mecanismos que a gente pode utilizar para tentar suplantar esse momento de estresse hídrico. Um deles é a através da irrigação, que nem sempre é possível em função da disponibilidade de água ou pelo preço dos equipamentos. Então tem produtor que não tem condições”.
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CULTIVARES
“Um segundo (mecanismo) seria através usar espécies que são resistentes à seca. Mas alguns produtores não gostam de usar porque nem sempre essas espécies são tão produtivas quanto as outras”.
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DESCOMPACTAÇÃO
“Outro mecanismo seria diminuir a compactação do solo porque a compactação do solo interfere na infiltração de água”.
PLANTIO DIRETO
“Outro fator também é o uso do plantio direto, que vai fornecer a palha para cobrir o solo e manter a umidade”.
PERFIL DO SOLO
“Eu quero lembrar vocês que existe um mecanismo que a gente pode utilizar que é a construção do perfil do solo. Isso se faz através da calagem e através do uso do gesso agrícola, com os quais nós vamos criar uma fertilidade ao longo do perfil do solo, permitindo que o sistema radicular tenha um crescimento maior”.
Para ilustrar a importância da construção do perfil do solo, Casarin usou uma garrafa, apontando que ao passo que as chuvas vão ficando cada vez mais raras, a água passa a ser encontrada somente em locais mais profundos.
Por isso, reforçar o desenvolvimento das raízes passa a ser essencial, criando condições para que ela busque o líquido lá no “fundo” do perfil do solo.
Para que isso ocorra, o produtor deve corrigir a fertilidade do solo e eliminar substâncias tóxicas, como o alumínio, para que as raízes cresçam e possam hidratar a planta e superar a falta de água. “E junto com essa água, tem os nutrientes, que vão estar permitindo que a nutrição da minha planta se faça da maneira mais efetiva”, sustentou.
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“Isso vai permitir com que a minha planta se alimente melhor, que ela produza mais e tenha alimento, o produto final, com um balanço nutricional mais adequado para aqueles que venham a se alimentar dela”, disse.
SUSTENTABILIDADE
Além de fazer bem para o bolso do pecuarista, ou do agricultor de modo geral, a prática está ligada também à sustentabilidade.
“Esse alimento, quando vai ao mercado, tem um período maior de prateleira. Ele vai ser menos desperdiçado, porque vai durar mais tempo. E quando eu tenho um produto que dura mais tempo ou que não é desperdiçado, não vai pro lixo, eu estou deixando também de desperdiçar aquela água que foi usada para produzir esse alimento, o fertilizante que foi utilizado para produzir esse alimento. Esse se torna o respeito ao ambiente, um alimento mais sustentável”, relacionou.
Pelo player a seguir é possível assistir o vídeo completo com as dicas do especialista sobre os efeitos da falta de água e como superar o desafio: