O quadro do Giro do Boi Responde desta segunda-feira, 25, respondeu às dúvidas de pecuaristas sobre a marcação de animais. A dúvida de Paulo Henrique, do município de Porangatu (GO), foi sobre o melhor lugar para fazer a marcação a fogo no animal, em qual parte do corpo o gado sente menos dor. Já o telespectador Teudas Alves, de Brasília (DF), perguntou se é interessante substituir a marcação a fogo por marcas feitas com nitrogênio líquido.
Quem tirou as dúvidas dos telespectadores foi o zootecnista Mateus Paranhos, professor da Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias da Unesp, em Jaboticabal (SP); coordenador do Grupo de Estudos e Pesquisas em Etologia e Ecologia Animal (Grupo Etco); diretor da BE.Animal e mentor do tema do maior programa de gestão de fazendas do Brasil, o Fazenda Nota 10; especialista reconhecido como a maior autoridade nacional da área de bem-estar animal (BEA).
Segundo Paranhos, há dois locais possíveis de aplicação da marca a fogo. Na face do bovino ou na parte superior das pernas, não ultrapassando a linha do ventre. Os locais estão definidos por uma Lei de 1965.
“Essa lei, entretanto, não seguia nenhum preceito sobre bem-estar animal, e apenas se guiou para o melhor aproveitamento do couro. Agora, se for seguir os princípios do bem-estar animal, a marca não deveria ser colocada na face, pois é uma das regiões do corpo do animal de maior sensibilidade. Nas pernas dos bovinos, bem como de muitos herbívoros, são as áreas com menor quantidade de receptores de dor. Então se puder trocar a marca da face para a marca na perna, é muito melhor”, diz Paranhos.
Já no caso da identificação de vacas vacinadas contra brucelose, não tem jeito, a marcação obrigatória deve ser feita na face do animal.
Marca a frio
Quanto a dúvida de Teudas, sim, a marcação pode ser feita com nitrogênio líquido ou também com gelo seco. No entanto, segundo o pesquisador, a aplicação demora mais, podendo tomar até 1 minuto do tempo de manejo.
O recomendado é o uso da tatuagem permanente, que é feita na orelha do animal, ou mesmo o uso de brincos visuais e eletrônicos. “Combinados, os brincos visuais e eletrônicos permitem uma identificação à distância, acelera muito o trabalho no curral e evita erros de leitura”, diz Paranhos.
Confira a resposta na íntegra no vídeo abaixo:
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