Dieta, gestão, tempo de cocho: o que mudou no confinamento em 10 anos?

Levantamento feito com nutricionistas responsáveis por até 90% do gado confinado no Brasil aponta mudanças e tendências para engorda em cocho no País

Ingredientes das dietas de terminação, uso de subprodutos, fontes e níveis de forragem, métodos de adaptação à dietas de alto concentrado mais utilizados, tipos de misturadores, manejos alimentares adotados, manejo e informações sobre os animais, informações sobre formulação de dietas, informações sobre as fontes para recomendações nutricionais e ainda as principais dificuldades encontradas para colocar em prática suas recomendações. Este são alguns dos tópicos abordados no “4º Levantamento com nutricionistas de bovinos confinados no Brasil”, trabalho lançado recentemente no Webinar Giro do Boi – Confinamento Brasileiro.

+ Assista novamente na íntegra o Webinar Giro do Boi – Confinamento Brasileiro

Inscrições abertas para o webinar “Genética, Cruzamentos e Carne de Qualidade”

A iniciativa é conduzida pelo zootecnista, mestre e doutor em zootecnia Danilo Millen, professor da Unesp de Dracena-SP. Nesta quarta, 06, Millen falou ao Giro do Boi sobre o projeto. “Ele é um levantamento feito junto nutricionistas de bovinos confinados do país. A gente fez a nossa primeira edição dez anos atrás (2009) e, neste último ano (2019) a gente fez a quarta edição. Então nesses últimos dez anos a gente fez quatro levantamentos em que a gente pergunta para os nutricionistas desde as recomendações nutricionais que eles fazem de dieta, como também o que os clientes deles estão fazendo. A gente tem uma lista de contatos muito grande com os nutricionistas do país e consegue abranger aproximadamente 90% do gado confinado no Brasil”, apresentou o pesquisador.

De acordo com Millen, entre as principais mudanças do confinamento estão o foco na gestão do sistema como um todo. “Há 10 anos […], vamos dizer, com a indústria começando a decolar, o pecuarista e o nutricionista também estavam preocupados com coisas mais específicas. […] Em um ano os nutricionistas relataram (como principal dificuldade) falta de treinamento dos funcionários, no outro disponibilidade e precisão de maquinários, ou seja, coisas pontuais. E, como você bem disse, nos últimos anos eles têm tido dificuldades com gestão, exatamente porque a gestão engloba tudo, não é uma coisa pontual”, afirmou.

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“A gestão engloba o treinamento do funcionário, desde fluxo, logística, processos adotados dentro do confinamento, então realmente é um desafio. E operações grandes, muitos bois no mesmo local, isto demanda uma organização e adoção de processos muito grandes”, acrescentou.

Para Danilo, este foco dos nutricionistas do confinamento em gestão vai refletir em uma grande evolução da modalidade de engorda nos próximos anos. “A gente vai ver uma grande evolução provavelmente nos próximos quatro, cinco anos em relação a gestão tanto de dados quanto de logística e de treinamento de funcionários nos confinamentos do país”, projetou.

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Millen resumiu a apresentação do levantamento em sua entrevista ao Giro do Boi. “A energia da dieta está subindo. Como eu já disse, o boi não nasceu, não evoluiu para comer ração, ele evoluiu para comer capim. Então toda vez que a gente quer aumentar a energia da dieta, a gente está batendo na porta do perigo. O perigo está vindo de encontro com a gente, então a operação tem mais risco. Se não aplicar tecnologia, se não adotar tecnologia, como ter um bom vagão que misture e distribua… Esse vagão precisa ter balança, esse vagão tem um computador lá que você consegue falar pra ele o quanto que ele vai dar por baia. Você tem que monitorar tamanho de partícula da dieta […] que o animal vai ter disponível para ruminar. Adotar manejo de cocho, que a gente só consegue comg estão, trato automatizado, com processo, que é dar exatamente o que o animal precisa comer naquele dia, sem desperdiçar mais um grãozinho de dieta. E adoção de sistemas de processo, de gestão, exatamente para permitir ao nutricionista avançar mais o teor de energia, ter dados nas mãos para poder tomar decisão. […] Eu costumo falar que a dieta sua não serve pro seu vizinho se o seu vizinho tiver um nível de tecnologia menor do que o seu”, concluiu.

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Faça o download da palestra de Danilo Millen: Práticas nutricionais dos confinamentos brasileiros

Mais informações sobre o levantamento podem ser solicitadas diretamente ao pesquisador pelo e-mail danilo.millen@unesp.br.

Veja abaixo a entrevista completa com Danilo Millen:

 

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