Nesta sexta, 06, foi ao ar o quarto episódio da série especial “Cupim, sabor de Nelore”, que homenageia a raça-mãe do rebanho de corte brasileiro destacando a evolução da qualidade da carne produzida. A convidada especial para um bate-papo com os mestres churrasqueiros Clarice Chwartzmann e Fred Paim e ainda com o violeiro Yassir Chediak foi a pecuarista e a primeira presidente mulher da história centenária da SRB (Sociedade Rural Brasileira), Teka Vendramini.
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“Nós ficamos sabendo que é seu corte preferido”, lembrou Chwartzmann ao apresentar a convidada. “É uma carne que, por suas características, tem um sabor inigualável, uma quantidade de marmoreio que a gente compara ao kobe (beef) brasileiro. É uma tradução de uma raça que é a maior do rebanho brasileiro, tem uma cultura muito grande em relação ao Nelore. E a gente tem o desafio: é uma carne que precisa de um cozimento lento […] Obviamente que a gente, como churrasqueira ou churrasqueiro que ama esta cultura da brasa, quer aproveitar ele de várias formas, mas a gente tem que lembrar sempre que ele necessita de um preparo chamado low e slow, que agora está na moda, devagar e sempre. Isso nos proporciona no Sul (tempo para tomar) o chimarrão, mais para cima o tereré, uma caipirinha, um bom vinho, enfim, este encontro ao redor do fogo sempre proporciona memórias afetivas”, reforçou a mestra churrasqueira.
Em sua participação na série, Teka lembrou do crescimento dos grupos organizados de mulheres do agro. “Um divisor de águas para mim foi 2017. EM 2017 as mulheres começaram a se organizar e eu andei o Brasil e eu acho que fui em 15 encontros de mulheres pelo pais. Em 2018 eu não contei mais, e agora não tenho mais conseguido fazer isto. Mas o Brasil inteiro se organizou e está se formalizando de alguma maneira. Sinceramente, do Rio Grande do Sul ao Maranhão, quem sentou e está esperando a boiada passar, ficou (para trás”, advertiu Teka.
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A produtora e presidente da SRB disse o que considera essencial para que o pecuarista melhore a qualidade da carne produzida, de olho no atendimento a um cliente cada vez mais exigente. “Para ter este boizão, esse Nelore bacana, este que vocês vão fazer aqui hoje, esse produtor está tendo que ter uma qualidade de pasto muito grande. Hoje o Brasil tem muitos pastos adubados, pastos rotacionados. A gente está precisando investir nisto e ir nesta tecnologia para fazer esse bichão, para fazer esse boi, para ter esta qualidade”, opinou.
“Tem um ditado que diz: não se cria boi, planta-se pasto”, reforçou Yassir Chediak ao escutar Teka Vendramini.
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“E como é que está o produtor no meio disso tudo? Muito preocupado e caminhando muito firme nesta direção”, continou Teka. “Então é óbvio que hoje em dia, e eu adoro falar isso, eu represento o produtor rural que preserva, eu represento um produtor rural que está plantando árvore, óbvio que cuida das nascentes, cuida dos rios. É este produtor rural que eu estou representando e que está comigo. Nós temos exceções, como tem em quaisquer outras profissões, mas é este produtor que está aí, que é a maior parte do Brasilzão, e que faz este gado de qualidade”, ressaltou.
“O interessante é este equilíbrio de evolução tanto na produção, na originação do gado, da pecuária, do agribusiness como um todo, e do cliente também exigindo uma carne de qualidade, uma carne mais prática, mais saborosa”, sustentou Fred Paim.
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Ao degustar o cupim preparado para o episódio da série, Teka lembrou que o corte tem um lugar especial entre as preferências do pecuarista. “Eu acho que é uma comida especial para o produtor rural, é o que ele deixa ali no fogo para o finalzinho do churrasco dele, para o finalzinho do dia dele”, relatou.
Veja no vídeo abaixo o quarto episódio completo da série “Cupim, sabor de Nelore”:
Confira nos links abaixo dos demais episódios do especial “Cupim, sabor de Nelore”:
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