Consultora dá dicas para você se dar bem nas entrevistas de emprego em fazendas

Além de ser estar capacitado para a tarefa a ser exercida na propriedade rural, candidato deve estar atento a comportamentos que indicam falta de compromisso

É como um namoro, que precisas dar sinais de que o relacionamento vai dar certo em longo prazo. Foi como comparou a situação de se preparar para uma entrevista de emprego em fazendas a pedagoga e jornalista Jacqueline Lubaski, consultora em gestão de pessoas e desenvolvimento humano em empresas rurais na Destrave Desenvolvimento.

“A grande dificuldade é a gente fazer como um namoro, fazer esse negócio dar certo. Várias pessoas nos procuram, mas aparentemente o perfil desta pessoa não se encaixa no perfil da vaga e é onde a gente tem a grande dificuldade”, ponderou a especialista.

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“Eu vejo que a qualquer hora nós vamos ter que criar um curso, alguma capacitação nessa área sobre como as pessoas se comportam numa entrevista. Às vezes a pessoa é boa, mas ela ‘se queima’ num primeiro momento com a forma de ela conduzir, as coisas que ela diz em relação aos empregos anteriores. Tem tudo isso e, às vezes, as pessoas não entendem. ‘Por que eu não consigo arrumar um emprego? Já participei de vários processos seletivos’. Mas a pessoa não para em um trabalho, é muito pouco tempo em cada empresa… Isso é algo que é muito avaliado porque hoje os empregadores, principalmente do agro, precisam de pessoas que permaneçam dentro do trabalho, não querem aquelas pessoas que pulam de galho em galho. Este é um dos fatores que a gente tem mais dificuldade de encontrar: pessoas que demonstram ter compromisso e responsabilidade com a empresa que trabalham”, indicou Lubaski.

“Não pense você que vários empregos em várias empresas fazem de você um candidato que tem uma vasta experiências. Pode ser o contrário. Quem não para em emprego tem um ponto de atenção e começa a piscar a luz amarela para nós, que fazemos recrutamento e seleção, para verificar se ela é mesmo a pessoa certa. Dentro de uma fazenda, a gente sempre fala, e isso vale para todos, que o colaborador hoje só começa a nos dar lucro no mínimo depois de seis meses que ele começou a trabalhar”, justificou.

De acordo com a consultora, a dificuldade para contratar é maior ainda quando a vaga se destina para gestores de pessoas dentro das fazendas. “A grande dificuldade de contratação de mão de obra, principalmente de gestores do agronegócio, é porque geralmente os profissionais não foram preparados para serem gestores. E ser gestor não é só saber da lida do gado. Ser gestor é saber da lida com gente. E é a nossa grande dificuldade”, acrescentou.

Para Lubaski, a solução não é um segredo – está na capacitação. “Para você estar preparado você tem que se qualificar. Ou é em técnico e operação de rastreabilidade, liderança do agro, gestão de pessoas… Você tem que buscar qualificação ou vai estar fora do mercado. Quando eu trabalhava no campo eu não tinha essa oportunidade, mas hoje tem várias oportunidades no mercado, então as pessoas devem se preparar”, sustentou.

Na entrevista ao Giro do Boi, a consultora comentou a repercussão da série especial apresentada por ela no programa, o quadro Gestão de Pessoas na Fazenda, cuja primeira temporada foi concluída na última sexta, dia 02.

+ Acesse aqui todas as 12 edições do quadro Gestão de Pessoas na Fazenda

Entre os assuntos que mais geraram interesse dos telespectadores esteve a premiação de funcionários por meritocracia, como programa de participação nos resultados ou nos lucros.

“Na agricultura hoje é bem cultural pagar prêmio em relação a sacas, de acordo com o resultado da colheita e a pecuária ainda não tem tanto essas iniciativas. Porém o grande desafio que a gente encontra é que as pessoas acham que na meritocracia o gestor tem que pagar independente de haver conquistado o resultado, como se fosse uma obrigação, e não é! Eu até falo que se for implantada a meritocracia, uma política de premiação dentro da fazenda sem planejamento, pode ser nem um mero tiro no pé, mas na cabeça mesmo. Porque ao invés de você criar a motivação e o incentivo para que as pessoas façam o trabalho, você inverte isso e as pessoas acabam ficando desmotivadas porque, de repente, o profissional não tem um histórico de resultados dentro fazenda e vai lá e promete dar um prêmio em cima de nada. […] Aí, no final do ano, não acontece o prêmio porque não teve a lucratividade que ele gostaria ou esperava e aí cria-se algo desmotivador ao invés do contrário. Então para se criar uma política de meritocracia ou de participação nos resultados, nos lucros, precisa existir planejamento e, principalmente, criar metas, indicadores”, aconselhou.

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“De toda forma, se você quer bons resultados, qualifique a equipe da sua fazenda e, com certeza, eles trarão resultados além do esperado”, frisou.

Lubaski informou ainda em sua participação no Giro do Boi que diversas propriedades Brasil afora estão com vagas abertas para cargos de capataz ou gerente e estão com dificuldade para encontrar mão de obra qualidade. Para os candidatos interessados, a consultora colocou seu e-mail à disposição para mais informações: contato@dtdestrave.com.br.

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No vídeo abaixo, confira a entrevista completa com Jacqueline Lubaski:

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